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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Descompassos

Fisiologismo estende-se à economia
e obriga alta da Selic
Descompasso 1: O Ministro Mantega anuncia austeridade fiscal. Cortes no custeio e ampliação dos investimentos públicos. Cortes nos custeio levam à ampliação do superávit primário, abre espaço para queda de juros e para a redução dos encargos da dívida pública. Controlam a inflação e valorizam o real.
Em sentido contrário, o Orçamento Nacional caminha para o aumento do custeio e para cortes nos investimentos. A pressão sobre a inflação virá do aumento da liquidez, alimentada pelo leilão dos trinta e sete ministérios do Governo Central.
Descompasso 2: Arrematados os trinta e sete ministérios e definido o Orçamento, é a vez do Banco Central. Avisou que vai subir a Selic na primeira reunião do Copom. Ministério da Fazenda de um lado. De outro, o Banco Central. Não havendo cortes de custeio, a inflação distancia-se das metas e impõe novos riscos à estabilidae monetária.
O Banco Central, guardião da moeda, não tem outra alternativa e avisou que vai elevar os juros básicos.
Descompasso 3: Juros "pra cima" e dólar "pra baixo". Os capitais especulativos voltam a atacar o real. Investimentos externos diretos hão de reconhecer a perdas nos fundamentos econômicos e tendem a rarear-se. O mercado de trabalho vai encolher. Investimentos públicos menores e menores investimentos diretos externos induzem à menor oferta de empregos e à menor remuneração do trabalho.

Descompasso 4: Juros altos inibem os invesimentos privados nacionais. As empresas brasileiras perdem a competitividade e o dólar, em patamar mais baixo, amplia a vulnerabilidade às aquisições estrangeiras. O país se desindustrializa e a indústria se desnacionaliza.
Descompasso 5: Não há alternativa ao fisiologismo. Tudo aponta para o continuismo econômico e político. O crescimento ficará dependente do crédito. O resultado da conta corrente brasileira se deteriorará rapidamente.
É grande o descompasso entre as medidas e os anúncios  feitos pelo Ministério da Fazenda e as práticas econômicas efetivas. Tínhamos começado muito bem com a implantação das chamadas medidas macro-prudenciais. Sobreveio o Orçamento. Não "ficou pedra sobre pedra".

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