Acomodação na indústria divide
previsões para 2011
Veículo: Brasil Econômico On line - Data: 02/12/10Felipe Peroni (fperoni@brasileconomico.com.br)
O desempenho do setor automobilístico teve destaque, com o contínuo avanço do crédito.
O avanço modesto na produção industrial brasileira, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (2/12) pelo IBGE, aumenta a divergência de analistas sobre como será o setor em 2011.
A produção industrial avançou 0,4% em outubro, ante o mês anterior. A expectativa da Gradual Investimentos era de avanço de 0,6%, enquanto a Rosenberg & Associados projetava alta de 0,9%.
O dado é mais preocupante se somado à estabilidade registrada no terceiro trimestre, em que a produção recuou 0,35% ante o trimestre anterior.
Para André Perfeito, economista da Gradual, a desaceleração é pontual. "O volume de comércio e a demanda são fortes incentivadores da indústria", afirma. "No próximo ano, a produção industrial deve voltar a crescer a taxas maiores".
O economista acredita que no terceiro trimestre o setor operou em ritmo de espera, aguardando a definição das eleições.
"A demanda vem crescendo muito e não deve desacelerar tão rápido", afirma Perfeito.
Já para Thais Marzola Zara, analista da Rosenberg & Associados, os dados indicam que, passadas as vendas de Natal, a indústria deve diminuir o ritmo em 2011. A economista reconhece que a demanda interna está forte, mas acredita que o aquecimento está vazando para as importações.
"Parte da diferença entre demanda e produção pode estar sendo suprida por estoques, mas a maioria está vazando para as importações", explica Thais Marzola Zara, analista da Rosenberg & Associados.
Para a analista, a previsão é reforçada pelo desempenho do setor bens de capital, que acumula queda de 3,1% na produção.
Já Perfeito afirma que a queda não indica comprometimento do setor. "O segmento teve avanço muito forte na primeira metade do ano".
De acordo com Celso Grisi, presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, o panorama é de desaceleração. "A pesquisa mostra que as entregas de final de ano já estavam adiantadas, e o crédito cresceu bem menos".
Teve destaque o crescimento foi na indústria farmacêutica (4,9%) e automotiva (1,6%). "O setor farmacêutico é beneficiado pelo aumento da renda, enquanto o automobilístico reflete a contínua expansão do crédito", explica.
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