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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Eterna rotina

A lógica continua a mesma
Em meio a crise, o mercado age de forma previsível, esquecendo que tudo será lento e difícil.
As expectativas sobre a possibilidade de um acordo, na Grécia, que garanta o novo pacote de resgate financeiro aumentaram consideravelmente entre os investidores internacionais.
Já se entende que a Grécia tenha se comprometido com os cortes orçamentários em quantidades suficientes para o alcance do acordo.
Por si só, a melhora das expectativas mexeu com os preços dos ativos mundiais. Em reforço ao otimismo nascente, vieram as notícias sobre a renúncia do presidente da Alemanha. A tentativa de permanecer no cargo trazia certo desconforto à governança do país, de vez que as denúncias de corrupção vinham se agravando expressivamente nessas últimas semanas.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, tudo deu conta de uma recuperação, efetivamente em curso. E a tal ponto se passou a acreditar nela que o FMOC resolveu suspender, pelo menos temporariamente, as injeções de liquidez no sistema financeiro, com o propósito de evitar um refluxo da inflação, em futuro próximo.
No Brasil, os dados sobre inflação mostram que os preços deram uma trégua temporária às autoridades econômicas: IPCA-15, IGP-M e IPC-FIPE vieram em queda.
Não deu outra. Os preços de ativos reagiram. Começam a subir os preços das commodities metálicas e agrícolas. Novas previsões apontam para preços em alta. A cotação do barril do petróleo Brent, negociado no mercado de Londres, fechou a US$ 119,59. Já o contrato com vencimento em março, que apresenta maior liquidez no mercado de Nova York, fechou cotado a US$ 103,24 por barril, com alta de 0,91% em relação ao fechamento do dia anterior.
O indicador de risco-País registrou queda de três pontos-base, atingindo 197 pontos. O Global 40, teve alta de 0,02%, cotado a 132,87 centavos de dólar. Finalmente, os preços dos Treasuries perderam valor.
Conclusão: a aversão a risco reduziu-se, a crença na superação da crise norte-americana aumentou e já se vê luz no fim do Eurotúnel.
Uma eterna rotina na ciclotimia dos investidores. Faz lembrar os agudos de Gal: “Uma noite longa, pra uma vida curta. Eu tô na lanterna dos afogados. Eu tô esperando. Vê se não vai demorar.”

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