O mundo vem em ondas
O
evento mais esperado para a semana que começa amanhã é o desfecho das
negociações sobre a dívida grega. Um resultado positivo traria um grande
conforto a países como Portugal, Espanha e Itália. Se, entretanto, a Grécia não
conseguir fechar o acordo, Portugal vira a bola da vez e, provavelmente, dará inicio
ao efeito dominó sobre toda a Zona do Euro. A bancarrota se disseminaria pelo
mundo, com efeitos imprevisíveis.
São
esperadas ainda, nessa região, novas decisões no âmbito da política monetária,
cujas medidas já estão sendo discutidas e, de certa forma, antecipadas.
Nos
Estados Unidos, o clima é de festa. Foi uma safra e tanto de boas notícias, na
semana passada. Embora não haja indicadores a serem anunciados para os próximos
dias, fiquem de olho em eventuais iniciativas do presidente Obama. Ele é mestre
na criação de fatos novos e as recentes perspectivas econômicas podem conduzi-lo à reeleição.
Há duas semanas, deixou os problemas do Irã no colo dos líderes europeus, poupando-se
de novos confrontos internacionais. A evolução desse conflito pode ter
repercussões sobre o preço do petróleo e, portanto, o mundo das commodities
pode complicar-se, dando origem a pressões inflacionárias mundo afora.
Particularmente,
esse assunto consulta aos interesses chineses, grandes importadores de petróleo.
A China apresentará dados sobre o comportamento dos preços internos. Todos
gostariam de ver dados indicando a queda da inflação. Aliás, isso está sendo
esperado em função da retração dos preços dos alimentos. A China, com inflação
mais baixa poderia expandir sua economia em ritmo mais forte, aumentando suas
importações e dando sustentação aos esforços de recuperação mundial. Petróleo
em alta impulsionaria a inflação chinesa e destruiria a alternativa de crescimento
por meio da Ásia.
No Brasil, teremos notícias e indicadores por todos os
lados: Sondagem de Serviços, da FGV, para o mês de janeiro, Pesquisa Semanal
do Banco Central (Focus) e o resultado da Balança Comercial, com os dados definitivos
do MDICtambém para o mês de janeiro.
São esperados ainda dados de
produção da indústria automobilística e os indicadores de confiança de serviços
e comércio, referentes ao primeiro mês do ano. Por fim, deve ser anunciado o
IPCA de janeiro. De um modo geral, as expectativas sobre a economia nacional
são bastante positivas e devem dar conta de um bom nível de atividade econômica,
com baixa inflação. Contudo, nada disso despreocupará as autoridades
monetárias brasileiras. Elas sabem que inflação e crescimento costumam andar de
mãos dadas. Se o crescimento reaparece, a inflação recrudesce.
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