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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Economia responsável e criativa em matéria de política monetária

Uma nova política monetária
está sendo desenhada
O presidente do Federal Reserve (FED), Ben Bernanke, informou que a instituição, antes de aumentar o juro americano, deverá reduzir a liquidez do sistema financeiro do país. A idéia passará por diversas vertentes de política monetária, iniciando-se pela retirada dos estímulos concedidos aos agentes econômicos, beneficiados por esses estímulos para fazer frente aos efeitos da crise financeira mundial. Uma segunda vertente, já cogitada várias vezes entre os gestores da economia americana, seria a de permitir aos bancos que usassem todos os valores que excedessem às provisões legais, para aplicações de um fundo do governo americano. Esse fundo deverá apresentar remuneração bastante competitiva em relação às alternativas de mercado para que, de fato, possa absorver um excesso expressivo da liquidez americana. Para tanto o fundo ao estabelecer sua taxa de remuneração deveria considerar as remunerações de outros fundos e das aplicações desses recursos no mercado interbancário norte-americano. A idéia caiu muito no gosto das autoridades monetárias uma vez que os recursos aplicados nesse fundo aumentariam a garantia do governo em relação aos valores emprestados a esses bancos que, no frigir dos ovos, pertencem aos contribuintes.
Bernanke cogitou ainda duas outras possibilidades: a de vender ativos do FED e a de promover um aumento da diferença entre as taxas de redesconto e do juro básico. O dinheiro relativo à venda dos ativos do FED seria retirado de circulação.
O FED quer testar essas alternativas lentamente. Quer, antes, aferir a eficácia desses instrumentos em absorver a enorme quantidade de recursos que despejou no sistema bancário, como acordos de recompra e depósitos a termo. Só depois disso tudo é que se iniciaria o novo ciclo de aperto monetário, conduzido pelo aumento da taxas de juros. Bernanke não quer correr risco de interromper a recuperação americana e parece preocupado com o vigor dos instrumentos monetários e com contenção da criação de novos empregos.
Entretanto, o banco central americano, para combater a crise financeira mundial, disponibilizou mais de US$ 1 trilhão na economia e cortou o juro a quase zero. Mesmo com o desempenho do PIB, no último trimestre de 2009, o desemprego se mantém em 9,7%. O pensamento de Bernanke pode ser resumido pela declaração à imprensa de ontem "Ainda que, neste momento, a economia dos Estados Unidos continue a exigir o suporte de uma política monetária altamente expansionista, em algum ponto o Federal Reserve terá que endurecer as condições financeiras". Ao que posso depreender, esse ponto estaria localizado em futuro próximo, com horizonte inferior a 6 meses e superior a três. Isso soa muito bem para todos os agentes econômicos e provoca um novo ânimo em investidores e nos principais mercados mundiais.
No prazo médio isso tudo leva à valorização do dólar, ao aumento do preço do petróleo, à manutenção dos altos preços das commodities metálicas e à recuperação dos preços das commodities agrícolas que já não estejam valorizadas.

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