Capitais especulativos e suas variações no contexto da economia brasileira.
O Banco Central nos informa que o país fechou o mês de julho com um saldo acumulado de moeda estrangeira positivo em US$ 712 milhões. Muito baixo, mas positivo, pelo menos até o final do primeiro semestre.
O mês anterior registrava um resultado negativo e desconfortável na casa dos US$ 4,2 bilhões.
A tabela mostra o desempenho saldo de nosso fluxo cambial.
Temos alertado para a circunstância que a demanda externa, associada ao aumento de nossas importações vêem provocando na economia nacional. A isso, soma-se nossa taxa cambial imensamente valorizada e cujos efeitos já analisamos em postagens anteriores.
Preocupa, entretanto, que o resultado positivo tenha sido produzido pelo influxo de capitais especulativo. O saldo das operações financeiras foi de pouco mais de US$ 1.490 bilhões. As operações decorrentes de nosso comércio exterior continuam negativas no final de julho em US$ 777 milhões. Exportou-se US$ 13.984 bilhões e importou-se US$ 14.762 bilhões. Portanto, a lavoura foi salva pela entrada de capitais especulativos na bolsa ou para aquisição de ativos de renda fixa. O interesse está centrado nas operações de arbitragem. Essas operações permitem ganhos altos, mas é necessária muita disposição para assumir os riscos inerentes a ela. Ela funciona com base em expectativas. O investidor, seja ele banco, fundos de pensão ou pessoas físicas, captam recursos no mercado internacional, pagando taxas correspondentes aos juros Internacionais. De modo geral, essas operações estão associadas à LIBOR. Esse juros como todos sabemos estão bastante baixos. Os recursos captados são transformados em reais e aplicados no mercado local, às taxas exorbitantes que a economia brasileira permite. O lucro será sempre muito grande, a não se que o câmbio mantenha-se estável, sem nenhuma apreciação cambial expressiva. E é nesse ponto que o risco aparece.Como se vê o risco não é pequeno. O lucro também não é, sempre que tudo der certo.
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