Retardar pode complicar
O Banco Central conseguiu seu intento com as altas das taxas de juros. Exagerou na dose, mas conseguiu. O IBGE divulgou ontem que a produção industrial sofreu retração de 1,0% em junho. Se considerada as variações da produção industrial a partir de abril até junho, a queda foi de 2%. Tudo coerente com os demais indicadores que apontam para a redução do número de vagas, para a queda no consumo e a reduçao do crescimento do PIB. A combinação de câmbio baixo e juros altos é terrível para os investimentos e para o emprego. Corresponde à renuncia do país à participação no mercado internacional.Entretanto, é compreensível que o Ministério da Fazenda e o Banco Central retardem suas decisões. Afinal, os dados, de janeiro a junho, mostram ainda uma considerável expansão da indústria: 16,2%.
O problema vai aparecer um pouco mais à frente. Perdas de competitividade, sucateamento industrial, primarização da economia vão se transformar em nós estruturais de difícil desfazimento. A proposta de desenvolvimento deveria embutir perspectivas novas de combate à inflação, com redução dos juros e correção cambial.
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