Pela primeira vez uso este espaço para apresentar uma hipótese econômica. Atrevo-me a apresentar meu pensamento e entender outros pontos de vista sobre o assunto, especialmente do Prof. Grisi e os alunos FIA que acompanham o blog.
Explico minha hipótese a seguir:
Ao longo da história da humanidade as decisões econômicas ( e seus resultados) tenderam a ser intra-geracionais. A decisão de plantar, atacar outra tribo ou migrar para outra região são decisões que afetavam primariamente a própria geração que a tomou. Secundariamente como desdobramento de seus efeitos, gerações futuras poderiam ser impactadas. Mas eram efeitos que causavam danos e benefícios solidários as gerações pré e pós evento. Portanto se a decisão era boa ou ruim, seus resultados apareciam e causavam danos (ou benefícios) também a seus decisores. Isso permitiu que as gerações futuras tivessem o benefício do conhecimento acumulado.
Parece-me que este preceito foi rompido. As decisões deixaram de ser intra para serem inter- geracionais.
Quais evidências temos dessa mudança?
Em todo o mundo três vetores importantes trazem efeitos inter-geracionais:
a) Previdência: O custeio dos benefícios previdenciários será feitos por uma geração futura quantitativamente menor e com encargos maiores que a geração atual. A bomba previdenciária está posta e nenhum político tem ânimo para desarmá-la (reformá-la significaria custos presentes para benefícios futuros – nenhum político topa resolver essa equação);
b) Ecologia: O crescimento da demanda por commodities e seu consumo está exaurindo o meio-ambiente com impactos relevantes no clima e na qualidade de vida de gerações futuras;
c) Subsídio na crise 2008: Sobrevivemos a crise 2008 com uma brutal injeção de liquidez na economia americana. Os efeitos dessa ação sobre a dívida interna americana terá um efeito dramático na sociedade americana em dez ou 20 anos.
A hipótese econômica é que a geração que precisa lutar pelos seus direitos e se contrapor a uma conta econômica inter-geracional têm idade inferior a 15 anos ou não nasceu. A geração que toma a decisão deixa a conta para a geração futuro. .
As gerações que forem parte da PEA em 20 ou 30 anos, principalmente nos países desenvolvidos, receberão como herança o passivo acumulados de pelo menos três vetores econômicos.
O indivíduo que tem hoje seus 20 e poucos anos, entende que ele pagará a conta?
O desafio econômico e político: como fazer representar hoje os direitos das gerações futuras?
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
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