Economia emite sinais. É preciso vê-los.
Jamais ignorá-los, confortavelmente.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 31 de julho apontou deflação de 0,21%. O índice acumula, nesse momento, alta de 3,42% no ano e 4,36%, nos últimos 12 meses. Os preços em queda referem-se a despesas com alimentação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura e recreação e habitação. As altas se deram com transportes e despesas diversas.Os resultados com os preços têm parecido a todos que as últimas altas da SELIC foram, sem dúvida, exageradas, ou ainda, desnecessárias. O Boletim Focus publicado ontem reduz suas projeções para a SELIC 11,50% para o final do ano. No boletim anterior a projeção estava em 11,75%. Para o crescimento da produção industrial a estimativa recuou de 12,10% para 11,98%.
Deflação e perspectivas de crescimento mais lento dos juros coincidiram com mais uma valorização do Ibovespa (1,48%, ontem). Não existem relações aparentes entre essas três variáveis. O Ibovespa parece apenas ter acompanhado os bons ganhos do mercado internacional.
O humor dos investidores vem em ondas, surfando sobre as notícias de desempenhos das principais economias mundiais. O índice de gastos com construção surpreendeu positivamente o mercado, o índice ISM industrial também. Europa e Ásia não fizeram sequer marola. Esses dois continentes não produziram notícias que pudessem alterar o quadro benigno americano. A confiança no crescimento chinês, na casa dos 9,0% ao ano, é uma crença ainda inabalável entre analistas e investidores.
Como ameaça maior à economia brasileira, no horizonte de médio prazo, remanesce o resultado da Balança Comercial. A Balança encerrou o mês de julho com superávit de US$1,35 bilhão. Resultado bem menor em relação a igual período do ano anterior. Juros altos e importações crescendo muito rapidamente podem explicar também a redução do índice PMI Industrial, que caiu 51,8 pontos. Trata-se de uma desaceleração da atividade industrial brasileira. Tudo muito coerente. Os sinais são de alerta geral.
Seria oportuno, insisto, repensar a política monetária, reduzir o tamanho do estado e ampliar os investimentos nos principais gargalos ao crescimento nacional.
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