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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PMI de Chicago decepciona os esperançosos

Crise é crise. Errado está quem espera muito.
A atividade industrial na região de Chicago cresceu. Mas ficou abaixo das expectativas dos analistas locais que esperavam resultados mais fortes para o mês de outubro. Os dados são da Chicago Purchasing Managers Association, que, no período, mostra PMI - Purchasing Managers Index-, em 49,9 pontos; isto é, abaixo dos 50 pontos que são necessários para considerar a região em crescimento econômico. O número arredondado aponta para o crescimento.
Analista, contudo, esperavam por um resultado próximo a 51pontos. Francamente, não haveria razões para entender que a economia norte-americana já houvesse revertido seus sinais tão definitivamente. Otimismo é bom, mas, em economia, é visto como ingenuidade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A lavoura está salva parra muita gente


Serasa aponta que 15,1 milhões renegociaram dívidas em atraso
O número de pessoas com dívida atrasadas que renegociou dívidas vencidas e que conseguiu sair do cadastro de inadimplentes cresceu 13,7% de janeiro e setembro deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2011. Foram,segundo a Serasa Experian, aproximadamente 15,1 milhões de consumidores. Um número e tanto!
A Serasa Experian afirma que cada endividado tem em média de quatro a cinco dívidas para deixar a lista de inadimplentes. É alarmante que o descontrole pessoal tenha chegado a esse ponto. Entretanto, nos próximos períodos estarão favorecendo esse movimento alguns elementos econômicos: o crescimento continuado da renda, a manutenção dos níveis de emprego, a baixa inflação e a política de redução de juros. Tudo conspira favoravelmente. de inadimplentes cresceu 13,7% de janeiro e setembro deste ano com o mesmo período de 2011. Foram, segundo a Serasa Experian, aproximadamente 15,1 milhões de consumidores. Um número e tanto!
A Serasa Experian afirma ainda que cada endividado tem em média de quatro a cinco dívidas para deixar a lista de inadimplentes. É alarmante que o descontrole pessoal tenha chegado a esse ponto. Entretanto, nos próximos períodos estarão favorecendo esse movimento alguns elementos econômicos: o crescimento continuado da renda, a manutenção dos níveis de emprego, a baixa inflação e a política de redução de juros. Tudo conspira favoravelmente.

domingo, 28 de outubro de 2012

A semana acabou

As boas notícias vieram dos Estados Unidos
O PIB norte-americano, no terceiro trimestre, veio melhor do que os analistas esperavam e isso trouxe algum ânimo aos mercados financeiros mundiais.
A ata do Fomc não acrescentou, nem subtraiu, nada às análises realizadas até agora, fazendo crer apenas que o compromisso maior das autoridades monetárias é o de conseguir maior velocidade e consistência para o crescimento do mercado de trabalho do país.
No Brasil, o crescimento do desemprego surpreendeu. Não foi um resultado ruim, ao contrário. Mas, todos estavam já se acostumando a receber notícias sobre a redução do desemprego. É bom admitir que essa situação só continuará se, de fato, a indústria brasileira apresentar crescimentos sucessivos. Aviso que não é o que se espera para o mês de setembro. A indústria, puxada pelos automotivos, deve vir com crescimento nulo ou negativo.
Com a população ocupada, os dados deverão ser animadores, sobretudo graças aos investimentos externos diretos que dão fôlego a nossa pretensão de acelerar o crescimento nacional. Também teremos dados muito melhores sobre a inflação, nesse próximo mês. As commodities agrícolas vão reduzir a pressão sobre nossos indicadores de preços. Trata-se da desinflação mundial que dessa vez vem em nosso socorro.

Os estrangeiros acreditam no país

Investimento externo direto e o Brasil
De setembro de 2011 a setembro de 20112, o Brasil já acumula entradas líquidas US$ 64 bilhões. Esse valor dá conta do déficit em conta corrente que, no mesmo período, ascendeu à casa dos US$ 50 bilhões.
A crise na Europa permanece forte, mas a repatriação de recursos para o exterior continuou em queda. Faz crer que o Brasil mantém-se avaliado como um país que poderá, através de seus mercados, remunerar os capitais estrangeiros a taxas superiores àquelas obtidas nos países de origem desses capitais.
Mesmo em tempos de crescimento muito baixo, os estrangeiros mostram acreditar mais no país que os investidores nacionais e fazem crer que os movimentos de fusões e aquisições, que promovem sucessivas desnacionalizações, vão continuar. A depreciação do real também não assustou os investidores internacionais. Talvez porque queiram exportar parte da produção realizada por aqui. O fato é que manifestam nesses investimentos grande disposição para participar da atividade produtiva interna.

sábado, 27 de outubro de 2012

O criativo Banco Central do Brasil

No Brasil, o crédito entrou na farra do boi
Um dos rituais mais selvagens envolvendo crueldade contra animais é a Farra do Boi. Com rara criatividade, o Banco Central transforma a farra do boi em Farra do Crédito, sem se penalizar com o consumidor e os maus tratos a ele impostos. E vamos que vamos. A receita heterodoxa manda ampliar o crédito, mesmo com alta inadimplência. Tudo pelo crscimento.
Vejamos as notícias do Bacen:
1)- A taxa média de juros no crédito livre do mês de agosto era de 30,1% ao ano. Recuou, em setembro, para 29,9% ao ano. Isso lá é recuo?
Comemora-se agora o sétimo mês consecutivo de queda na taxa média de juros, atingindo o menor nível da série histórica iniciada em 2000.
2)- Entretanto, para a pessoa física, o Banco Central informou que a  taxa média de juros subiu de 35,6% ao ano em agosto, para 35,8% ao ano, no mês de setembro. Francamente, a variação é muito pequena e pode ser incluída entre os erros de medidas. Portanto, dizer que subiu é uma temeridade. Melhor seria dizer que apenas estabilizou-se.
3)- Para as pessoas jurídicas, o juros médios cederam, passando de 23,1% para 22,6% anuais, no mesmo período. Isso sim, foi muito bom e não impulsiona a inflação.
4)- Para as pessoas físicas, o recuo se deu apenas no cheque especial, (148,6% ao ano em agosto, para 147,6% ao ano, em setembro). Que significado tem essa queda, quando a Selic está em 7,25% ao ano. Já no crédito para veículos, o aumento foi de 20,5% para 20,9% anuais, na mesma base de comparação. Portanto, é melhor admitir que as altas representem a ampliação da demanda dos bens financiados que, por sua vez, pressiona as taxas para cima.
5)- A inadimplência média do crédito livre se manteve em 5,9% em setembro. É o terceiro mês seguido de estabilidade, mostrando que causa de tanta inadimplência é maior que os estímulos concedidos pelo governo.
6)- A inadimplência para pessoa física também ficou estável, em 7,9% pelo terceiro mês. Mesmo depois de tantas reduções nas taxas Selic, de tantas renegociações, de tanto crescimento da renda reeal. Tudo em vão?
7)- Para pessoa jurídica, o indicador apresentou–se em queda também  irrelevante de, de 4,1% para 4,0%. Aqui sim, a notícia é boa.
8)- Altas na inadimplência se deram nas linhas para aquisição de veículos, de forma irrelevante, de 5,9% para 6,0%, e na de crédito pessoal, de maneira expressiva, de 4,6% para 4,9%.
9)- No crédito para aquisição de outros bens o indicador ficou estável em horrorosos 7,4%.
10)- No cheque especial, a inadimplência continuou arrepiando em espantosos 12,2%.
Não há como permitir expansão no crédito com tanta inadimplência e não há como admitir que as taxas de juros se mantenham elevadas ao cosunumidor, sem entender que a demanda está maior que a oferta. A farra do crédito detona o consumidor e é uma ameaça concreta à inflação. 
 

Maionese e inflação desandam com facilidade

Brincando com a inflação
O indicador da FGV sobre os Custos da Construção – Mercado, conhecido pela sigla INCC-M, apresentou alta de 0,24%, em outubro. No mês de setembro, havia registrado um avanço menor, de 0,21%. O resultado dos últimos dois meses é muito bom e deixa uma enganosa ideia sobre sua contribuição à inflação nacional. Visto nesse curto horizonte temporal, podemos concluir que seu bom desempenho, exclui os custos da construção como responsáveis pelas atuais pressões inflacionárias. No ano, entretanto, o indicador apresentou-se mal comportado, com variação positiva de 6,68%. Pior ainda, será olhá-lo nos últimos 12 meses: 7,59%. Esse resultado horroroso vem dos financiamentos excessivos ao setor e que se prestam à formação de bolhas, mas que serão tolerados prol do esperado aumento do crescimento nacional. Doce ilusão.
Nesse sentido, o Banco Central do Brasil anuncia orgulhoso o aumento do estoque de crédito em setembro, quando comparado ao mês anterior. O estoque das operações creditícias avançou nesse período 1,1%, alcançando aos R$ 2,2 trilhões. Deus, que falta de juízo!
Apenas para requentar alguns fatos recentes sobre a oferta de moeda na economia nacional. O Banco Central liberou recentemente R$ 30 bilhões em depósitos compulsórios. As grandes empresas brasileiras captaram U$ 40 bilhões no exterior. Os fundos especializados em América Latina trouxeram ao país, na semana passada, mais US$ 370 milhões, enquanto o IED já atingiu os US$ 66 bilhões, até agora. Vai sobrar moeda e isso quer dizer inflação à vista.
A carteira para pessoas físicas cresceu 0,9%. A de empresas, 1,3%. No terceiro trimestre, os estoques totais subiram 3,2% e representam agora 51,5% do PIB em setembro. Em agosto, representavam 51,2%. Considerada a base monetária nacional, a expansão é de 4,3% em setembro em comparação a agosto, atingindo R$ 205,5 bilhões, que corresponde a um crescimento de 11,5% nos últimos 12 meses.
Sem dúvida, a política monetária está para além de agressiva e pede correções imediatas. Mas, a preocupação com o crescimento tornou-se dominante na construção de políticas contracíclicas. Começo a ficar assustado, pois o arrojo está tomando o lugar do bom senso. E lembro que inflação é como maionese: depois que desanda, não há quem segure!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Contradições de mais, explicações de menos

Contradições nublam o entendimento
O mercado de trabalho continua apertado, embora a recuperação econômica não se confirme claramente. A taxa de desemprego permanece muito baixa em um ambiente econômico que, desde o último trimestre
de 2011, tem se mostrado bastante desalentado. Francamente, está ficando difícil explicar esse desempenho.
A renda do trabalhador continua crescendo e os dados mais recentes mostram também que o trabalhador nunca teve um poder aquisitivo tão alto. Na outra ponta, a população empregada também se mantém em crescimento, ainda que em ritmo mais lento que em passado recente.
Nesse quadro, é de se perguntar que diabo de desaceleração é essa que não libera mão de obra para o mercado? E que diabos que esses trabalhadores, hoje em número tão grande, e com rendas tão altas, não consomem e não poupam. Mas, então, para onde está indo o dinheiro que eles ganham. Para pagar dívidas apenas? Não dá para acreditar, com a inflação retomando consistentemente seu crescimento.
Se ganham tanto, deveriam, após tanto tempo de juros baixos e renegociações de dívidas, ter aberto algum espaço para ampliação de seus gastos ou para aumento de sua poupança.
Parece momento de buscar novas explicações para além da inadimplência e do excessivo endividamento. Está parecendo muito confortável limitar-se a esses dois argumentos e desconhecer a dinâmica da liquidez atual que pressiona preços, sem crescimento substancial da demanda.

O Ibovespa cai mais uma vez

Intervenções e mercado financeiro
A queda do Ibovespa foi alta: 0,92% ontem, fechando aos 57.160 pontos. No mês, a perda acumulada é de 3,40%, mas no ano matem-se positiva, com alta de 0,72%. O volume financeiro também não está ajudando. Ontem o giro foi de apenas R$6,04 bilhões.
A causa é, sem dúvida, a situação internacional que aumenta  risco-Brasil. Veja o comportamento desse risco:
2ª feira – 140 pontos, com queda de -2,09%
3a feira – 146 pontos, com alta de 4,28%
4a feira – 143 pontos, com queda de -205
O dólar fica estável em R$2,027. Abaixo de R$ 2,00 ele não virá, promete o ministro com sua banda suja. Flutuação só para cima. Claro que é de se dar apoio ao ministro, mas, sinceramente, o mercado não gosta. Reconhece aversão maior ao risco–País e derruba a bolsa.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A volta dos capitais estrangeiros

Tudo começou na semana passada
Em termos de IED já atingimos U$ 66 bilhões, nesse ano de 2012. Entretanto, o capital estrangeiro para aplicações financeiras no Brasil havia nos deixado em função do agravamento da situação internacional, das intervenções excessivas do governo no mundo da economia e das finanças.
Eis que na semana passada, inicia-se uma entrada, não esperada, de recursos provindos de fundos especializados em América Latina. Os maiores beneficiados foram o México e o Brasil, dadas as dimensões dessas duas economias e da manutenção relativa de bons fundamentos econômicos.
Segundo a consultoria EPFR Global, os fundos da região registraram entrada líquida de US$ 503 milhões na semana encerrada no dia 17, com os fundos do Brasil e do México apresentando fluxos de US$ 372 milhões e US$ 131 milhões, respectivamente.
A BM&FBovespa, por meio de seu Boletim, apontou que até o dia 17 de outubro, o saldo acumulado de capitais externos estava positivo em R$ 879,2 milhões.
Claro que a continuidade desse episódio depende, em grande parte, do cenário internacional, que ainda espera por decisões que aprofundem a qualidade do sistema bancário europeu e que aponte para soluções fiscais mais completas, com controles centrais mais fortes.
Há mesmo no mercado financeiro brasileiro uma grande esperança sobre o desempenho da BM&FBovespa e que começou no início de 2o semestre do ano. Entretanto, com a velocidade de crescimento de nossa economia, esse otimismo pode se desfazer. É o caso do Boletim Focus, dessa semana, cujas previsões reduzem o PIB brasileiro para o final de 2012, estima o preço do dólar em 2,00% e alerta para o crescimento da inflação, medida pelo IPC.

domingo, 21 de outubro de 2012

Falta previsibilidade

A economia nacional vista pelo Investidor
O risco Brasil apresenta um bom comportamento, embora oscile muito. investidor ainda mantém volumes acanhados na bolsa brasileira e BMFBovespa mantem irregularidade e oscilações em seu desempenho.
Veja a tabela abaixo:

Isso não se dá pela avaliação objetiva do risco, mas pelas incertezas e baixa previsibilidade da economia nacional .Falta confiança, "fé no taco" do governo braileiro.

sábado, 20 de outubro de 2012

Economia e agricultura

O Cifras&Safras dessa semana
No programa dessa semana o professor Guilherme Leite Dias analisou a economia mundial e os mercados para milho, soja, algodão, trigo, carne e açúcar.
Falou sobre a a previsão mais acanhada para safra norte-americana e insistiu na possibilidade de bons preços para esses produtos em 2013.
Veja o programa através do link:
http://vimeo.com/51755648

Promessa é dívida

Política cambial é coisa de quem
tem objetivos macroeconômico
Prometi discutir uma alternativa cambial diferente do modelo suíço que estabeleceu um limite de mínimo, abaixo do qual a moeda suíça não se valorizaria. Promessa é dívida, portanto vamos arriscar essa proposta nova.
De forma simplificada, os passos seriam os seguintes:
1) Formular política macroeconômica, com objetivos de longo prazo para o país.
2) Definir setores estratégicos que dariam sustentação aos objetivos macroeconômicos.
3) Formular de políticas industriais funcionais (horizontais) e seletivas (verticais).
4) Redefinir políticas de comércio exterior, voltadas à agregação de valor aos produtos exportados.
5) Elaborar políticas tecnológicas promotoras  da modernização e da competitividade do parque industrial brasileiro.
6) Estabelecer políticas de educação para atendimento das necessidades produtivas do país e que substancie política de renda distributivista e inclusiva dos segmentos inabilitados ao trabalho.
Definida a política macroeconômica, seus objetivos passam a ser os elementos centrais, em torno dos quais todas as demais políticas públicas devam ser integradas.
O quadro de ações, planejado a partir dessa dessas políticas promoverão:
a)  reestruturação do padrão de comércio.
b) aumento da intensidade tecnológica dos produtos nacionais exportados.
c)  ampliação do percentual de participação desses produtos na pauta de exportação.
d) maior dinamismo econômico ao desenvolvimento nacional.
A realização de tudo isso imporá ao país um amplo e agressivo programa de importações de máquinas, equipamentos, instalações  especiais, matérias primas, materiais secundários, partes, peças e de tecnologias variadas. Tudo com o sentido de modernizar a produção nacional e dar a ela a maior produtividade e, por via de consequência, a maior competitividade possível. Esse programa de impotações pedirá a eleição alguns países parceiros e precisam ser acompanhadas de amplo programa de financiamento, contemplando o longo prazo e taxas reduzidas de juros, com  uma carência expressiva para iniciar o período de pagamento do principal.
Ao empresário caberá o aporte de recursos próprios, como contrapartida ao incentivo oficial e a aceitação de metas com que deva se comprometer em prazos pré-definidos. Com isso, descaracteriza-se qualquer possiblidade de formação de novos cartórios ou de atendimento a interesses pessoais e de grupos privados.
Esse programa deve ter o ritmo necessário a remeter o excesso de dólares que estarão entrando na economia, pela atratividade do mercado brasileiro e pela execução dos programas das privatizações necessários aos ganhos de eficiência da máquina pública e à redução do tamanho do estado brasileiro.
Só um programa de importações massivas, calibrado e em sintonia fina com o influxo de capitais estrangeiros, sejam especulativos ou não, poderá levar a moeda nacional a beneficiar os produtores locais com uma taxa almejada na casa dos R$2,50 por dólar.
Claro que as importações levarão à saídas massivas de divisas, mas para evitar a redução das reservas, haveria que se dar ritmos homólogos à saída e às entradas dos capitais estrangeiros.
O controle da inflação seria reconduzido à situação de prioridade do Banco Central e ele, com suas políticas monetárias, ficaria incumbido de ser o guardião do valor real de nossa moeda. Que tal?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O próximo dilema

Câmbio para baixo ou
inflação para cima?
Acho esse um falso dilema. O governo não precisa aumentar a taxa de juros no curto prazo, nem recorrer à desvalorização cambial para segurar o recente recrudescimento da inflação.
Bastariam apenas algumas medidas de natureza monetária, como por exemplo, estabelecer um contingenciamento de algumas modalidades de crédito, reduzindo o ritmo de sua expansão.  Além de conter a inflação, medida como essa, levaria as famílias a reduzir seu nível de endividamento e poderia melhorar a inadimplência no sistema financeiro. Poderia ainda voltar a aumentar os depósitos compulsórios, reduzindo a liquidez do sistema econômico.
Portanto, os instrumentos de combate à inflação permanecem disponíveis para utilização pelo Banco Central, sempre que ele reencontre-se com a sua função essencial de garantir o poder aquisitivo da moeda nacional.
Mas, e quanto ao dólar? Quais seriam as possibilidades de manter as atuais cotações, sem levar à excessiva apreciação do real? Há alternativas, sim. Umas mais simples e outras mais trabalhosas.
Poderia o governo central agir com o mesmo vigor do Banco Central da Suíça, estabelecendo uma taxa mínima para a cotação da moeda nacional. Por exemplo, numa canetada, o Bacen estabeleceria que o real não poderia valer menos que R$2,00. Claro que estaria abrindo mão do regime flutuante. Mas já não é isso que está acontecendo na prática? Apenas, o governo não declarou formalmente que é isso que está fazendo com suas intervenções no mercado.
Outra alternativa seria a abertura de um programa de importação agressivo, objetivando a modernização e à competitividade industrial, para os setores tidos como estrategicamente relevantes ao país. Vamos discutir essa alternativa na próxima postagem?

Do geral para o particular

O silêncio sobre a Espanha foi apenas protocolar. Não deve durar.
No primeiro dia da reunião da cúpula da União Europeia, em
Bruxelas, já se pode sentir que o aprofundamento da unificação moverá todas as ações relativas à união bancária e à união dos orçamentos nacionais. O problema fiscal tem mesmo proporções que só uma ação conjunta poderá resolver. E isso pede um maior nível de integração das políticas macroeconômicas.

Os maiores conflitos sobre esses esforços chegarão no momento da produção do ordenamento jurídico que deve regular os assuntos relativos à União Bancária e aos mecanismos de supervisão bancária a ser implantados através do Banco Central Europeu.
Tudo terá que ser feito com os cuidados necessários e prevendo tempo para a adequação dos bancos às novas regras e procedimentos, pois, como diz a sabedoria popular, “porca enferrujada se aperta de meia volta, pra não espanar a rosca”.
Alemanha e a França concordaram, finalmente, sobre esse tema. Em relação à Grécia, os chefes de governo da UE aplaudiram as medidas tomadas pelo governo grego. Falta apenas a entrega do relatório final sobre a Troika.
Quanto à Espanha, todos mantiveram silêncio. Claro que esse silêncio é apenas protocolar e deve ser quebrado até o final da Cúpula. Aguardemos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mais algumas boas surpresas

A Europa busca caminhos pelo
aprofundamento de sua unificação
Os mercados europeus estão mais otimistas, conforme revela a série de três altas seguidas em suas bolsa e valores. A Moody’s foi mais complacente com a Espanha. Manteve a classificação dos títulos espanhóis, contrariando a avaliação da Standard & Poor’s que os reduziu em dois graus. Os papéis ficam provisoriamente livres serem vistos como "de forte especulação".
Com isso, a possibilidade da Espanha pedir um pacote de ajuda integral é maior. No Reino Unido, as vendas no varejo surpreenderam positivamente em setembro, com crescimento generalizado por quase todos os setores. O crescimento de setembro foi de 0,6% em relação a agosto.
Mas a bola da vez é realmente a Cúpula da União Europeia, com início marcado para manhã, na cidade de Bruxelas e cujo objetivo será o de reduzir a crise financeira naquela região. Espera-se por embates que exponham as fissuras nas políticas internas, enquanto o Banco Central Europeu pretende propor a construção de um orçamento único para a região.
A proposta é audaciosa e ampliaria significativamente a unificação macroeconômica europeia. Ainda assim, a deve ser vista como um balão de ensaio para testar as resistências dos Estados-membros. Parece ter pouca chance de ser aprovada pela Alemanha e outros países de menor expressão, nesse momento.

Um dia com boas surpresas

Renovam-se as esperanças
O Departamento do Comércio dos Estados Unidos anunciou que as construções de residências novas aumentaram 15,0% no mês de setembro em relação a agosto, atingindo 872 mil unidades. O dado surpreendeu positivamente aos analistas e sinalizou para a possibilidade de recuperação mais rápida do setor, a partir de agora.
O Departamento do Comércio informou ainda que as permissões concedidas para novas construções também tiveram alta inesperada de 16%, em setembro, quando comparadas ao número de permissões concedidas no mês imediatamente anterior. Foram 894 permissões que confirmaram as novas expectativas sobre o mercado de imóveis no país.
Por outro lado, os estoques de petróleo estão aumentando. Segundo o Departamento de Energia norte-americano, os estoques de petróleo tiveram uma alta de 2,86 milhões de barris, atingindo 369,23 milhões de barris, na segunda semana de outubro. O crescimento permite maior tranquilidade à gestão da demanda à medida em que as temperaturas vão caindo, nesse período do ano, no hemisfério norte. Também o crescimento da estocagem contribui para a estabilização dos preços do setor de energia.

A Ásia acomoda seu crescimento

A economia da China saneia-se lentamente.
Todos esperavam pela divulgação do PIB da China, relativo ao terceiro trimestre desse ano. Com sua publicação, estabeleceu-se a convicção de que o crescimento do país fique  mesmo em torno de 7,5%, em 2012. Também pareceu razoável, a partir desses dados, supor que a China tenha encontrado um patamar de crescimento compatível com o equilíbrio de seus preços. Os investimentos em ativos fixos atingiram 20,5% no ano, até setembro. As vendas no varejo, mesmo com a queda no setor de veículos, apontaram crescimento de 14,2%.
Embora os estoques da indústria chinesa tenham aumentado, o fato é que isso apenas refletiu a desaceleração desses últimos meses.
De mais positivo para todos, são os dados relativos à:
- melhoria das exportações
- redução dos riscos dos riscos globais
- crescimento da confiança do consumidor
- crescimento do crédito não bancário
- novos investimentos em infraestrutura
- estabilização do mercado imobiliário
Finalmente, é de se pensar que o governo chinês pode ainda utilizar o seu arsenal de medidas, que se encontram engavetados. Essa, no fundo, é a grande notícia que os investidores esperam nos próximos dias.

Diazinho ruim no Brasil

O Ibovespa subiu. Mas, e o resto?
O índice Bovespa voltou a romper os 60.000 pontos, depois de quarto dia de altas consecutivas. Ontem, o índice subiu 0,57%, girando um volume financeiro de R$16,9 bilhões, graças ao vencimento de índice futuro. O real apreciou-se frente ao dólar 0,29%. O dia encerrou ontem com a moeda americana cotada a R$ 2,03.
O fluxo cambial da segunda semana de outubro ficou negativo em US$ 1,4 bilhão. Nesse mês, o país apresentou uma saída de dólares do país maior que a entrada em US$ 1,3 bilhão. No ano, o fluxo apresenta superávit de US$ 21,1 bilhões.
A inflação continua a atormentar os analistas. A Fipe apresentou ontem o IPC da segunda quadrissemana de outubro, com alta de 0,77% , apontando a aceleração frente aos 0,68% da quadrissemana anterior. Puxaram os preços para cima, principalmente, os grupos de habitação e alimentação. Em sentido contrário, o IGP-10 do mês de outubro apresentou aumento de 0,42%, contra alta de 1,05% no mês anterior. Considerado os últimos 12 meses, a alta medida por esse indicador é de 7,71%.
Também tivemos ontem, a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram um o saldo líquido 150,3 mil postos de trabalho criados no mês de setembro. Foram 1,66 milhão de admissões com carteira assinada e 1,51 milhão de demissões. A queda foi de 40,18% em relação ao mesmo mês de 2011. Até o final de setembro, o país criou 1,5 milhão de empregos com carteira assinada. O mercado de trabalho continua apertado, mas há uma clara deterioração dos números em relação aos desempenhos recentes a que estávamos habituados.
O conjunto de dados divulgados não agrada. Fluxo cambial negativo, inflação voltando, empregos criados em redução e o real se apreciando.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Problemas tributários, no mundo

Síntese do estudo realizado entre
pessoas jurídicas, pela KPMG
Relatório produzido pela KPMG, intitulado Competitive Alternatives 2012, Special Report Focus on Tax informa que:
ü  As empresas instaladas na Índia pagam ao redor de 50% menos tributos que suas congêneres nos Estados Unidos.
ü  Dos cinco países com os custos totais fiscais mais baixos, quatro são mercados emergentes: Índia, China, México e Rússia.
ü  O Brasil ocupa a 11ª posição do ranking.
ü  Foram estudadas 14 nações.
ü  Pior que o Brasil, nesse ranking, apenas Japão, Itália e França.
ü  A alta carga tributária é um dos mais significativos componentes do chamado “custo Brasil”.
ü  Entre os catorze principais países pesquisados, fora dos mercados emergentes, somente o Canadá (classificado em segundo), o Reino Unido (ocupando a sexta posição) e a Holanda (em sétimo lugar) oferecem custos fiscais totais mais baixos que os Estados Unidos.
ü  Os maiores custos fiscais predominam em partes da Europa (Alemanha, Itália e França) e Ásia-Pacífico (Austrália e Japão).
ü  O Brasil é amplamente reconhecido como um dos principais mercados emergentes, mas seus custos fiscais totais são em torno de 43% maiores que aqueles verificados nos Estados Unidos.
ü  As organizações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tendem a experimentar as maiores variações nos custos fiscais entre países, em grande parte devido à intensa competição entre muitos países para atrair tais empreendimentos a partir da oferta de incentivos fiscais generosos.
ü  A França é a primeira colocada em alíquotas de imposto de renda sobre organizações de P&D (impressionante alíquota negativa de 65% devido a créditos tributários restituíveis), mas classifica-se em um distante último lugar em relação ao total de tributos devido a outros altos impostos sobre a pessoa jurídica e custos trabalhistas muito altos estipulados por lei
ü  A competitividade fiscal, entre pessoas jurídicas, de um país está em grande parte relacionada a como os tributos são ponderados e aplicados em diferentes foros.
Elementos metodológicos:
ü  A pesquisa, analisa o impacto de todos os tributos incidentes sobre pessoas jurídicas, incluindo imposto de renda, imposto sobre o capital, imposto sobre vendas, imposto sobre a propriedade e custos trabalhistas estipulados por lei.
ü  As alíquotas tributárias mudam constantemente.
ü  As autoridades tributárias estão prospectando agora oportunidades de melhorar as alíquotas por meio do uso de tributos indiretos e outros, incluindo tributos crescentes sobre a pessoa jurídica.
ü  A análise é baseada em informações sobre custos coletadas principalmente entre julho de 2011 e janeiro de 2012.
ü  Os tributos refletem alíquotas fiscais vigentes em 1° de janeiro de 2012, e também incorporam quaisquer mudanças anunciadas naquele momento para surtirem efeito em datas posteriores especificadas.
ü  As alíquotas fiscais e outras informações relacionadas a tributos também estão sujeitas a outras mudanças como resultado de nova legislação, decisões judiciais e pronunciamentos administrativos. É claro que as taxas de câmbio e outros fatores de custo mudam ao longo do tempo.
ü  A carga tributária total pode também variar de cidade para cidade dentro da mesma extensão territorial.
ü  A pesquisa, que comparou 113 cidades de 14 países, descobriu que a diferença de carga tributária entre Cincinnati e São Francisco (nos EUA), por exemplo, era maior do que 25%; e a diferença entre Osaka e Tóquio foi de mais de 20%; enquanto a variação entre Amsterdã e Roterdã foi de mero 0,5%.
ü  A análise é baseada em informações sobre custos coletadas principalmente entre julho de 2011 e janeiro de 2012. Os tributos refletem alíquotas fiscais vigentes em 1° de janeiro de 2012, e também incorporam quaisquer mudanças anunciadas naquele momento para surtirem efeito em datas posteriores especificadas.
ü  As alíquotas fiscais e outras informações relacionadas a tributos também estão sujeitas a outras mudanças como resultado de nova legislação, decisões judiciais e pronunciamentos administrativos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Copom enfiou o pé na jaca

Incertezas e falta de previsibilidade
vão atrapalhar os investimentos
Estamos em pleno emprego e no limite do consumo. Para além desse limite, nos encontraríamos com inadimplência insustentável e com uma inflação divergindo do centro da meta.
Juros baixos contribuem no combate à inadimplência. O crédito fácil incita ao endividamento e revigora o consumo. O consumo desemboca em inflação. O Banco Central, guardião da moeda nacional, esqueceu-se de sua missão. A inflação vai prosperar.
São muitas as intervenções na ordem econômica e todas, de uma forma ou de outra, deterioram os fundamentos da economia. Nessa toada, podemos esquecer os investimentos estrangeiros. Os nacionais também.
Não há mais quem consiga dizer se o ciclo de afrouxamento monetário nacional terminou ou não. Não há quem acredite em crescimento do superávit primário. Não há quem acredite que, sob pressão inflacionária, o governo resista à apreciação do real.
A ata do Copom vai ter que indicar direções muito fortes para que o país recupere sua credibilidade como destino dos investimentos internacionais. Estamos perdendo uma excelente oportunidade para o México e outros emergentes.
O Copom pisou na jaca.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

FMI vê o mundo emvicando

Novas projeções são piores
que as anteriores
O pronunciamento da diretora do FMI, Christine Lagarde faz sentido. Veja as novas projeções do FMI para o crescimento mundial.

E como o FMI vê o Brasil? Triste, não? 

 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lagarde põe fogo no mundo

Administrar organismos internacionais testa a paciência de qualquer um. Lagarde que o diga.
A diretora do FMI,do FMI, Christine Lagarde, veio a público em conferência de imprensa, antes das reuniões do FMI-2012, em Tóquio,para dizer que muitas das decisões corretas foram tomadas para garantir a recuperação global, mas acrescentou que essas decisões precisam ser implementadas.
Esse é o ponto. Na medida em que os governantes vacilam para pô-las em prática, as incertezas crescem e imobilizam a desejada recuperação mundial. Deu nome ao que mais lhe pareceu faltar: cooperação. Insinuou que o imobilismo dos desenvolvidos cria espaço para o aparecimento de novos participantes na cena internacional. Não mencionou quem seriam os novos entrantes, mas da maneira que falou, parecia ameaçar os atuais atores.
Solicitou medidas dos governantes dos grande países do ocidente:• A Europa é o epicentro da crise. São urgentes decisões concretas sobre o reforço da disciplina fiscal e sobre a supervisão bancária europeia.
 • Os Estados Unidos enfrentam grandes riscos relacionados ao seu precipício fiscal. Como o fim do ano se aproxima, os riscos são cada vez mais ameaçadores.
 • Os mercados emergentes devem manter uma estreita vigilância sobre sua vulnerabilidades internas e externas.
 • países de baixa renda permanecem mais vulneráveis em relação ao altos preços dos alimentos e correm riscos de ampliar pobreza de suas populações.
Lagarde insiste em quatro áreas fundamentais para ancorar a recuperação global.
1) Reforma completa do setor financeiro no mundo.
2) Reduzir o alto endividamento dos países desenvolvidos.
3) Combater o desemprego pela criação de novas vagas de trabalho.
4) Reduzir os desequilíbrios globais.
A receita não é nova, nem original. Mas é irritante observar o imobilismo dos governantes diante da dimensão do problema social criado pela crise no mundo.
A diretora do FMI deu um belíssimo puxão de oreilha nos líderes europeus e norte-americanos.

Alardes e alertas

Semeando medo sobre o futuro
Ontem o FMI dedicou-se a fazer alertas e alardes. Com um discurso sobre a prudência nas gestões macroeconômicas dos países, semeou pânico no mercado financeiro e alardeou riscos de natureza variada entre os agentes econômicos. Entendeu que a crise no primeiro mundo pode aprofundar-se e deixou entrever os estragos que seriam provocados nas vulneráveis economias emergentes. Sobrou para todo mundo.
Exageros à parte será conveniente que os formuladores das políticas econômicas brasileiras retomassem alguns hábitos sadios, em favor da recuperação dos fundamentos econômicos do país. O superávit primário precisa voltar a crescer. As desonerações, desacompanhadas de um raciocínio mais abrangente, acabam de chegar aos municípios do país. Agora quem inicia deteriorações financeiras mais fortes são as pulverizadas unidades administrativas municipais. O risco, nesse caso, passa a assustar a todos, uma vez que a miséria, de fato, se concretiza para o cidadão, no município em que mora e trabalha. A inflação não pode deixar de convergir para o centro da meta ou se somará à redução do superávit primário para dar causa a níveis superiores de aversão ao crescente risco-Brasil.
Nesse sentido, o fluxo cambial da primeira semana de outubro mostra um saldo positivo de míseros de US$ 135 milhões.Na contramão do FMI, o Livro Bege do Fed registrou uma evolução positiva no mercado imobiliário residencial. Mostrou também que a recuperação da economia norte-americana continua. Entretanto, o país mantém um ritmo acanhado para sua recuperação.

Precipitação e imprudência na decisão do Copom

O Bacen começa a perder o pé

O FMI avisou sobre os riscos que as economias emergentes correm depois de seus esforços contracíclicos. Os analistas já perceberam a redução do superávit primário e as últimas providências contábeis para mascará-lo. A inflação já voltou e de forma generalizada. Não foram só os preços dos alimentos que subiram, mas um percentual enorme dos itens e sub itens do IPCA mostrou altas expressivas.
Isso quer dizer que a demanda voltou a crescer. A inadimplência das pessoas físicas recuou em setembro 1,9%, em relação a agosto, abrindo espaço adicional para o crescimento do consumo. A oferta de crédito é abundante e barata.
Estava tudo certo e seria prudente não mexer na taxa básica de juros da economia para não alimentar a alta de preços recém iniciada. Mas, a necessidade de mostrar a determinação política do governo moveu a decisão. Para segurar a Selic nos 7,5% ,seria necessário entender que medidas contracíclicas apresentam seus efeitos sempre de maneira defasada e cumulativa no tempo. O Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, anunciado ontem, mostra a aceleração dos preços em 0,68% na primeira quadrissemana de outubro, contra 0,55% em setembro.O IGP-M da FGV, em sua primeira prévia de outubro ficou em surpreendentes 0,31%, mas acumulando no ano aumento de 7,42% e de 7,83% nos últimos 12 meses.
Nessa toada, em mais três ou quatro meses, a inflação pode estar apontando para o limite superior do centro da meta. O que fará, então, a autoridade monetária? Subirá a Selic? Isso teria o gosto de derrota. Então, poderia deixar o real se valorizar frente ao dólar, favorecendo as importações para combater a alta dos preços? O gosto seria também de derrota. Poderá evitar gamhos reais da renda das famílias e das pessoas, aliviando o sistema de preços e, por consequência o consumo? Seria politicamente incorreto. Sobra apenas a política fiscal. Será que existe condição política para avançar nesse campo? Pode ser.
Foi imprudente, sem dúvida. Mas, temos que reconhecer a beleza fugaz do gesto. Ele desafia a teoria econômica, o pensamento do FMI e as análises dos investidores que se mostram retraídos e desconfiados em relação às funções duplas do Banco Central brasileiro.