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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O próximo dilema

Câmbio para baixo ou
inflação para cima?
Acho esse um falso dilema. O governo não precisa aumentar a taxa de juros no curto prazo, nem recorrer à desvalorização cambial para segurar o recente recrudescimento da inflação.
Bastariam apenas algumas medidas de natureza monetária, como por exemplo, estabelecer um contingenciamento de algumas modalidades de crédito, reduzindo o ritmo de sua expansão.  Além de conter a inflação, medida como essa, levaria as famílias a reduzir seu nível de endividamento e poderia melhorar a inadimplência no sistema financeiro. Poderia ainda voltar a aumentar os depósitos compulsórios, reduzindo a liquidez do sistema econômico.
Portanto, os instrumentos de combate à inflação permanecem disponíveis para utilização pelo Banco Central, sempre que ele reencontre-se com a sua função essencial de garantir o poder aquisitivo da moeda nacional.
Mas, e quanto ao dólar? Quais seriam as possibilidades de manter as atuais cotações, sem levar à excessiva apreciação do real? Há alternativas, sim. Umas mais simples e outras mais trabalhosas.
Poderia o governo central agir com o mesmo vigor do Banco Central da Suíça, estabelecendo uma taxa mínima para a cotação da moeda nacional. Por exemplo, numa canetada, o Bacen estabeleceria que o real não poderia valer menos que R$2,00. Claro que estaria abrindo mão do regime flutuante. Mas já não é isso que está acontecendo na prática? Apenas, o governo não declarou formalmente que é isso que está fazendo com suas intervenções no mercado.
Outra alternativa seria a abertura de um programa de importação agressivo, objetivando a modernização e à competitividade industrial, para os setores tidos como estrategicamente relevantes ao país. Vamos discutir essa alternativa na próxima postagem?

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