Contradições nublam o entendimento
O mercado de trabalho continua apertado, embora a
recuperação econômica não se confirme claramente. A taxa de desemprego permanece
muito baixa em um ambiente econômico que, desde o último trimestre
de 2011, tem
se mostrado bastante desalentado. Francamente, está ficando difícil explicar
esse desempenho.
A renda do trabalhador continua crescendo e os
dados mais recentes mostram também que o trabalhador nunca teve um poder
aquisitivo tão alto. Na outra ponta, a população empregada também se mantém em crescimento,
ainda que em ritmo mais lento que em passado recente.
Nesse quadro, é de se perguntar que diabo de
desaceleração é essa que não libera mão de obra para o mercado? E que diabos que
esses trabalhadores, hoje em número tão grande, e com rendas tão altas, não
consomem e não poupam. Mas, então, para onde está indo o dinheiro que eles ganham.
Para pagar dívidas apenas? Não dá para acreditar, com a inflação retomando consistentemente
seu crescimento.
Se ganham tanto, deveriam, após tanto tempo de juros baixos e
renegociações de dívidas, ter aberto algum espaço para ampliação de seus gastos
ou para aumento de sua poupança.
Parece momento de buscar novas explicações para
além da inadimplência e do excessivo endividamento. Está parecendo muito confortável
limitar-se a esses dois argumentos e desconhecer a dinâmica da liquidez atual
que pressiona preços, sem crescimento substancial da demanda.
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