Banner

Translate

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bancos médios em crescimento sólido

Agências indicam melhora
de bancos médios
Veículo: DCI  -  22/09/2010  -  Fernando Teixeira
http://www.dci.com.br/img/dot.gif
SÃO PAULO - A revisão da classificação de risco do Banco BMG e do BicBanco pela agência de rating Standard & Poor's (S&P) mostra uma melhora no cenário dos bancos médios para os próximos trimestres. Um dos fatores que suscitaram o episódio foi o aprimoramento da estrutura de captação dos bancos.
A analista da S&P Milena Zaniboni disse ao DCI que desde 2008, quando o setor bancário passou por turbulências devido ao cenário de crise mundial e os bancos médios resistiram, a S&P resolveu classificar melhor as instituições. "Os grandes bancos já estavam no rating melhor por conta da classificação de grau de investimento do País. Víamos os médios com risco de funding."
Milena explicou que os bancos médios melhoram pois conseguiram fazer com que grandes instituições como fundos de asset fizessem investimentos. "Isto os tornou mais confortáveis no financiamento das carteiras."
Ela avalia que, hoje, os bancos conseguem vender as créditos consignados para bancos grandes com maior facilidade. "Os médios captam dinheiro pelo Certificado de Depósito Bancário (CDBs) e este tem o fundo garantidor, que mitiga o risco. É uma boa alternativa. O Banco Central agiu em alguns momentos de forma tempestiva, mas as mudanças na economia são perenes."
Contudo, Milena diz que a fase de revisão das notas não deve ser uma constante na economia nacional, mesmo com os bancos apresentando bons resultados trimestrais.
A dificuldade de aumentar as notas estaria na capacidade dos bancos de fazer funding, pois mesmo com alternativas, os bancos pequenos entram em competição muito forte. "Cresce a carteira de forma forte. Contudo é necessário aumentar o capital do banco para emprestar mais."
Na segunda-feira, a S&P comunicou ao mercado que o Bicbanco e o BMG estão em período de revisão de risco com perspectivas positivas.
O primeiro, segundo a agência, apresenta potencial elevação no curto prazo. "O banco continua apresentando fortes lucros líquidos nos diferentes ciclos de negócios apesar da crescente competição no país", ressalta a entidade.
Mesmo argumento de potencial de curto prazo foi atribuído ao BMG. "O lucro líquido do BMG já havia dobrado em 2009 e permanece robusto em 2010, tendo totalizado R$ 354 milhões até junho de 2010, no comparativo com os R$ 177 milhões de igual período de 2009", avaliou a agência.
Para o diretor presidente da Fractal e professor da FIA Celso Grisi, o Bicbanco deve manter fortes de base de capital e liquidez sustentável de crédito no biênio de 2010 e 2011.
Ele avalia que os bancos de nicho se beneficiam com o risco Brasil baixo. "Eles captam bem e barato. Muitas agências de fomento internacional compram as dívidas e carteiras destes bancos e o mercado deles cresce muito, com inadimplência e solvência baixos", avaliou.
Para o diretor, o maior risco deste segmento seria um colapso na economia, ou uma queda nas vendas do varejo. Segmento que se usufrui muito destes bancos.
Grisi ressalta que bancos como o ABC Brasil, Bicbanco, Daycoval, Sofisa e o Pine estão "valorizados no mercado". "Correm boatos nos bastidores que mesmo com aperto de margem, estes bancos crescem muito. A média de depósitos à vista é de 45%. O CDB é mais caro que um banco grande, mas os custos estão bons para eles captarem divisas."
Ele ressalta que os bancos precisam sustentar a base de captação. "Como fizeram grandes captações no exterior, a alavancagem é bem aceita e a necessidade de provisão é menor."
A ressalva, de acordo com ele, e uma possível pressão nas margens de lucro dos bancos médios, por conta da competição "continua e agressiva". Grisi destaca que se houver redução das margens de 10% para 8% - em um modelo hipotético- seria razoável e não quebraria o segmento. "Ninguém espere deterioração do mix de crédito. São bons ativos para quem quiser apostar."
O professor da FIA analisou, que o banco Cruzeiro do Sul melhorou a posição dos ativos com a emissão de US$ 400 milhões em bônus. "Antes disso, o banco dependia de sessões de crédito, que não eram boas. A dependência trazia incertezas e a captação no curto prazo era ruim."
No caso do banco Pine, a avaliação de Grisi é positiva, pois, ele disse que o banco tem independência de captação de crédito. Outro que apresentou boa avaliação do especialista foi o Daycoval , que com forte crescimento no segmento de pequenas e médias empresas conseguiu emitir dívida subordinada para sustentar o crescimento de crédito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário