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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A especulação com commodities

A inflação contará com novos colaboradores
Um estudo econométrico de John Baffes, economista do Banco Mundial, e de Tassos Haniotis, funcionário da Direção Geral para a Agricultura da Comissão Européia, recém publicado, alerta para novos focos “não tradicionais” de elevação de preços.
Baffes e Haniotis avaliaram o papel desempenhado, do ano 2000 para cá, de dois elementos de pressão sobre os preços das matérias-primas: a especulação financeira com as commodities e a migração da produção agrícola do setor alimentício para o setor de energia, visando ampliar a oferta de biocombustíveis.
“A migração provocada pela política em torno dos biocombustíveis desempenhou algum papel na alta de preços, mas muito inferior àquele que se pensou inicialmente”, referem os dois especialistas. No entanto, quanto à especulação financeira em commodities, eles julgam que este “novo fator” dos anos 2000 veio para ficar. “Tem um caráter permanente”, segundo John Baffes.
“A financeirização do mundo das matérias-primas foi o elemento dominante entre 2006 e 2008”,para o economista do Banco Mundial.
Sua preocupação maior está na hipótese de que o comportamento dos preços das matérias-primas possa, em futuro próximo, decorrerá de relações íntimas que essas variáveis venham a ter, provocando reações em cadeia nos preços e acentuando as oscilações ao longo do tempo.
Sem dúvida, isso complicaria muito o planejamento dos agentes econômicos e a política dos governos, acentuando as perdas e ganhos de agricultores. Como a atividade está submetida aos Atos de Deus, poderíamos vir a ter períodos de escassez revezando-se com superabundância de ofertas, desembocando em fortes assimetrias nos preços dos mercados mundiais. Seria conveniente a todos que essas oscilações deixassem de existir e permitissem que o planejamento agrícola considerasse o zoneamento do plantio para obtenção de maior produtividade nas atividades do campo.

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