Não há comércio justo sem justiça cambial.
Já é hora de estabelecer um regramento internacional para o câmbio. A nenhum país deveria ser facultada a produção de assimetrias nas correntes de comércio, por meio de práticas artificiais de suas taxa de câmbio. Já poderíamos estar pensando na tipificação dessa conduta nos organismos internacionais. Que sentido fez o esforço de toda a OMC em reduzir as tarifas mundiais em 10%, quando o Yuan está 40 % abaixo de seu real valor? Ainda essa semana, os Estados Unidos, por meio de uma de suas comissões legislativas, aprovou projeto para cobrar tarifas elevadas sobre produtos de origem chinesa. Uma espécie de medida compensatória à subvalorização do Yuan. Nessa semana o projeto chega à Câmara dos Representantes e, daí, para o Senado. O tempo vai esquentar.Os Estados Unidos precisa achar novas vertentes para o seu crescimento e, sem dúvida, a exportação parece ser uma alternativa natural para estimular a economia interna. Por outro lado, a redução de seu déficit interno é medida necessária ao saneamento do estado norte-americano. Nos dois casos, a China, pela dimensão de sua economia, precisaria abrir seu mercado às exportações de produtos provenientes dos Estados Unidos. Entretanto, a valorização do yuan afetaria fortemente as exportações chinesas. Mais, essa medida não favorece exclusivamente aos americanos. Alcançaria todos seus parceiros comerciais, levando o gigante asiático à necessidade de uma completa revisão de seu modelo econômico para assegurar o ritmo de expansão. Afinal, o governo de Pequim precisa de altas taxas de crescimento para manter sua estabilidade política.
Não será fácil corrigir as distorções cultivadas, por longos anos, pelos sucessivos governos dos Estados Unidos. Um caso clássico de “amamentação de cobra no próprio seio”. Deu nisso, só porque a cobra resolveu picar quem lhe dava abrigo.
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