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sábado, 4 de setembro de 2010

Commodities incomodam aos europeus

Preços das commodities penalizam o consumidor europeu
Basicamente tratam-se dos preços das matérias-primas alimentícias e as metálicas industriais.
As altas que parecem mais afetar o bolso de londrinos, lisboetas e parisienses são o algodão e o café. Os contratos futuros dessas duas commodities atingiram picos históricos no mês de agosto. O algodão já aumentou 43% em relação a igual período do ano passado e o café mais de 24%. Para consumidores acostumados à estabilidade de preços, essas variações fortes geram grande estranheza e até ganharam um nome que merece importação para o idioma nacional: agroflação.
No Brasil, o fenômeno foi o mesmo com o feijão, a laranja de mesa, o trigo, o amendoim, o tomate e o próprio algodão. Mas o Banco Central respondeu firme com as altas da Selic e as coisas se acomodaram.
Na Europa o do trigo pegou mais pesado. Desde Julho que está em alta contínua. O preço dos contratos futuros disparou na Europa, em função das notícias vindas do Canadá, sobre chuvas torrenciais, e da Rússia, sobre seca, rigorosa e prolongada, que obrigou o governo russo a suspender suas exportações a partir de meados de agosto passado. O valor atual do trigo está acima da média mensal de 2008/2010 e o aumento em relação a igual período do ano passado é de quase 25%.
O preço do açúcar, por sua vez, arrefeceu. Em janeiro havia alcançado seu pico histórico. Entretanto parece iniciar um novo movimento de alta, nesse início de mês, subindo cerca de 12%, nos últimos 15 dias. O cacau, em decorrência das operações no London International Financial Futures and Options Exchange (Liffe, uma divisão do NYSE Euronext) realizadas pela Anthony Ward, do hedge fund Armajaro Asset Management LLP, também subiu.
O cobre também está em alta. Já aumentou 22% em relação a igual período do ano passado e 11% já durante o mês passado. O preço atual dos contratos de futuro deste metal industrial está acima da média mensal de 2008 a 2010. Juntamente com o trigo, o açúcar e a soja, são as quatro commodities com maior crescimento nos últimos quarenta e cinco dias.
O melhor indicador para avaliar o comportamento dos preços das matérias-primas agrícolas é o índice de preços alimentares da FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação-, que disparou para 163 pontos em Junho. Dessa situação é que se cunhou o termo “agroflação”, um a componente inflacionária, com impacto direto nos custos da “cesta de alimentos”européia. Pão, café e cacau vão afetar a mesa do consumidor do velho continente.
Finalmente, o preço do barril de petróleo voltou a raspar os 80 dólares nos contratos de futuros no NYMEX - New York Mercantile Exchange, a maior bolsa de futuros de commodities do mundo-, e a média dos primeiros sete meses deste ano já é superior em 12% ao preço médio do ano anterior. Está, por enquanto, abaixo da média mensal entre 2008/2010 e tem revelado ultimamente oscilações muito pronunciadas, acima de 1%, com altas e baixas sucessivas. Dá para entender porque não aparece deflação na Zona do Euro. Dá para entender porque o consumidor não expande suas despesas. Inflação pode ser combatida pela abertura comercial. Subsidiar e proteger não é solução, muito menos produzir açúcar de beterraba. Olha no que dá.

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