Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”. Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff.
Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.
Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.
Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI. Como largamente debatido no livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam. A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante. Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.
Mais do que manter territórios as TVs Abertas estão criando novos territórios - como a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso será levado brevemente as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.
Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor de transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
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