Alguns fatos sugerem novas direções
para a política monetária
Todos os indicadores de inflação mostram os preços em elevação. O relatório Focus, dessa segunda-feira, mostrou que as expectativas dos agentes econômicos são de um provável recrudescimento inflacionário. No mercado financeiro, alguns analistas já imaginam a Selic, no final do ano, em mais de 11,5%. A análise da inflação, entretanto, mostra que a maior pressão vem dos alimentos. Volto a dizer: altas de taxas de juros já não terão a mesma efoácia sobre o comportamento dos preços. Pressionarão ainda mais o real. Melhor será contingenciar o crédito, por meio de uma política monetária seletiva.A partir de agora, os formuladores de política monetária passam a ter que considerar alguns fatos:
1) Juros já são estratosféricos.
2) Yuan chega a 6,7110 por dólar. É uma valorização histórica, sem dúvida. Mas insuficiente.
3) As reservas internacionais do Brasil, no mês de agosto, alcançaram US$ 261,3 bilhões, contra uma dívida externa de US$ 235,4 bilhões. Os custos dessas reservas são muito altos e produzem liquidez excessiva no mercado interno, pressionando os preços para cima.
Quando a liquidez é alta, o crédito pode sofrer restrições. Os danos são menores e a inflação cede mais facilmente. Nesse caso, haveria espaços para a redução dos juros. Já há quem diga que medidas expansionistas precisam ser revistas em função do potencial de crescimento brasileiro. Que tal começarmos por uma nova política de crédito menos agressiva?
Nenhum comentário:
Postar um comentário