Produtores rurais beneficiam-se com as altas internacionais dos alimentos
Os preços pagos aos produtores rurais, na primeira quadrissemana de setembro, refletem as altas nos mercados internacionais de alimentos e a exuberância do mercado interno.
O IqPR-V, voltado para medir as variações de preços dos produtos de origem vegetal, apresentou elevação de 1,46%.
O IqPR-A, dirigido às aferições do preços de produtos de origem animal, mostrou elevação muito forte, de 4,33.

No caso do tomate de mesa, as baixas temperaturas nas primeiras semanas de agosto e a estiagem prolongada foram as responsáveis.
O algodão teve seu aumentado em função dos reduzidos estoques internacionais e à quantidade insuficiente da produção nacional para atender a pressão dos novos níveis da demanda.
A soja, milho e trigo beneficiaram-se com os problemas climáticos de seca na Austrália, Rússia e Ucrânia e com o excesso de chuva no Canadá. Também a Argentina sofreu com as intempéries locais. O mercado financeiro de aposta nos preços futuros e impulsiona as altas dos alimentos. Essa altas têm sido consideradas pelo IEA como proporcionalmente superiores à depreciação da moeda nacional.
Para a carne suína, o consumo interno aquecido é o culpado pela alta, ainda que as exportações estejam em declínio. A produção de suínos, aves e qualquer outro produto que implique o arraçoamento do animal estará sujeito aos aumentos de custos de produção, derivados dos aumentos dos preços das cotações do milho e da soja. O alerta é do IEA que avisa: “possivelmente acarretará um movimento altista para os próximos meses.”
Os produtos com maiores quedas de preços no período foram:

No feijão, a baixa produção das safras anteriores levou os preços a patamares aviltantes. O produtor respondeu reduzindo a área plantada e os preços voltaram a ser favoráveis. O problema é que o custo de produção está muito alto e, portanto, apenas um produtor muito sofisticado em suas práticas de cultivo poderá ter entusiasmo para produzir.
A oferta de ovos é realmente alentada e isso derruba os preços de produção e sobe os preços dos insumos para produção. Trata-se da famosa ciclotimia dos preços na matriz insumo-produto. Lá na granja, as pessoas traduzem esse nome complicado que a economia deu a esse fenômeno por: “tem hora que a gente racha de ganhar e tem hora que a gente esborracha de perder”. Tá certo, galera!
Veja agora a tabela completa que o IEA produz com sua farta e preciosa atividade dde pesquisa.

O IEA, de onde tiro todas essas informações, e cujos textos uso para alicerçar minhas analises, conclui dezendo que: “ No período analisado, 13 produtos apresentaram alta de preços (9 origem vegetal e 4 de origem animal) e 7 apresentaram queda (5 origem vegetal e 2 origem animal).”
Conclusão: produtor contente, consumidor descontente.
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