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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cartões: a bola da vez

A concorrência vai ficar para depois
Considerava-se que o mercado de cartões estivesse chegando à maturidade. Engano. A facilidade e a conveniência que oferecem transformaram os cartões no mais próspero dos meios de pagamentos.
O setor cresce tanto que não se pode falar em concorrência nesse setor, ainda que o duopólio Mastercard – Visa chegue a algo como 85% de todo o mercado. As perspectivas de crescimento também devem condicionar o quadro competitivo.

Entre especialistas, comenta-se que a grande concorrência não se faz entre os players, mas com os cheques. Como o cheque está enraizado culturalmente na vida do brasileiro, o uso dos cheques é muito grande e, portanto, roubam dos cartões uma quantidade muito alta de transações. Dinheiro também. Esse, principalmente, entre os mais pobres, habituados ao uso do dinheiro, pelo longo período de não-bancarização.
A Visa acaba de lançar um cartão destinado ao homem do campo. Sucesso absoluto de crítica e público. Lançou também o Visa Cargo, para a área de transporte. Essas duas novas ofertas estão alcançando taxas de crescimento assombrosas.
Para 2015, a ABECS está prevendo que haja 909 milhões de cartões emitidos, o que corresponderia a uma média de cinco cartões por habitante. A previsão não fala de quantos seriam realmente ativados. De toda forma, isso corresponderia a um crescimento de cerca 45% em relação aos 628 milhões de cartões esperados para o final de 2010.

A concorrência, de fato, começaria a partir do terceiro cartão, quando então, emissores, bandeiras e credenciadores disputariam a preferência de uso efetivo por parte dos consumidores. Só nesse caso os cartões baixariam seus juros para os consumidores e seus prazos de pagamentos aos estabelecimentos do varejo.

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