Dólar comercial a R$ 1,702 na venda
O Conselho Monetário Nacional aprovou medida para conter a valorização do real. A resolução foi publicada e as instituições financeiras estão proibidas de fazer operações nas quais os investidores externos evitariam a cobrança de 6% de IOF.
O resultado não tardou. A entrada de dólares com objetivos especulativos parece realmente bloqueada, mas ainda assim exigirá intervenções do Banco Central no mercado de divisas. Certamente, precisará do concurso do Tesouro e do Fundo Soberano, pois a entrada de dólar continua forte.
O BicBanco recebeu empréstimo de US$ 206 bilhões do IFC. O Itaú captou US$ 200 milhões e, o Banco Votorantim, mais US$ 350 milhões, no mercado internacional. A Petrobras, o Banco do Brasil, outros bancos privados, dias atrás, fizeram captações gigantescas. O investimento externo direto continua forte, as aquisições se multiplicam, o PAC estará em expansão, o crédito externo é abundante e barato, e as empresas brasileiras já aprenderam isso também. Novos lançamentos devem acontecer na nossa bolsa, as perspectivas de investimentos novos com a Copa do Mundo e a Olimpíada são atraentes. Será uma enxurrada de divisas, que virá para o país para investimentos e para a participação no risco nacional. A liquidez deverá expandir-se.
As instituições brasileiras terão que estar unidas no esforço de promover um dólar mais forte. Apenas mais forte, nada mais que isso. Portanto, é bom que todos aprendam a trabalhar em um país com a moeda forte, pois é assim que será o Brasil do futuro.
Enquanto isso, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, garante que a política dos EUA é a de fortalecimento de sua moeda. Não dá para acreditar que seja completamente verdadeira a afirmação de Geithner, mas é razoável admitir que ele vá trabalhar pelo fim da guerra cambial, até porque, a articulação monetária é pressuposto para a superação da crise norte-americana.
Como conter, em meio a toda essa liquidez, a inflação brasileira? O crescimento interno já é grande e vai ser aditivado pelos novos investimentos. Se os juros caírem, nesse cenário, os investimentos se acelerarão, a renda e o consumo também, a inflação tenderá a explodir.
Veja os números do quadro abaixo. Eles podem sofrer reversões no curto prazo.
A questão só se resolveria com cortes de gastos públicos, redução na velocidade de expansão do crédito, por meio de seu contingenciamento, e pelo aumento dos depósitos compulsórios.
O problema será suportar a "chiadeira" geral e "queimar" parte da aprovação alcançada até aqui pelo governo federal.
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