Bancos estrangeiros estão cada vez mais interessados pelo mercado
financeiro do Brasil
Publicado 18/10/2010 por jorfernandot - Categorias: jornalismo*Por Celso Grisi
Atualmente, no Brasil, existem 213 bancos sob controle total ou parcial de instituições estrangeiras, de 23 nacionalidades. Ao todo, o país conta com quase 20 mil agências, além de outros meios físicos e eletrônicos de distribuição. Esse cenário tende a se movimentar ainda mais depressa em função da expectativa de autorização, pelo Banco Central, da entrada de cinco novos bancos estrangeiros. Além disso, alguns banqueiros asiáticos também estão estudando o mercado nacional.
Esse grande interesse dos banqueiros por mercados novos e em crescimento rápido é um fenômeno bastante previsível. Todas as intenções de investimentos vão esbarrar em um aspecto restritivo e de difícil superação. Trata-se de mercado cujas necessidades financeiras encontram-se muito bem atendidas pelos players atuais e que se constituirá em forte barreira aos novos entrantes. Os segmentos da demanda nacional parecem estar saturados. Os esforços de sub-segmentação, de criação de estruturas diferenciadas para estes atendimentos foram realizados com rara maestria e os de posicionamento das marcas firmaram conceitos fortes e apropriados àquilo que corresponde às razões de uso de bancos.
É importante avaliar que nos bancos de grande porte, com extensas redes de agências e altos números de correspondentes bancários, a capilarização permitiu ganhos de escala excepcionais, caracterizando vantagem competitiva, a partir dos baixos custos médios alcançados. Proporcionou também, a integração de um conjunto extenso de pessoas com o consumo nacional, acesso ao crédito e nova identidade bancária. Quanto aos chamados bancos de “boutique”, ou especializados, com elevado grau de estruturação das operações financeiras e destinados às demandas mais sofisticadas, foi possível, por meio do processo de internacionalização de nossa economia, ampliar suas ações.
Captações realizadas no mercado global de capitais, operações ligadas ao comércio exterior e as operações de financiamentos com prazos mais longos, muitas vezes associados às agências de desenvolvimento foram suas principais vertentes de crescimento. Nos dois casos, seja com bancos de grande porte, seja com os de “boutique” há de reconhecer que as operações estão sustentadas por sólidas bases tecnológicas e que os “shares” alcançados refletem seus talentos mercadológicos, sua excelência de atendimento e uma impressionante capacidade de entrega de produtos e serviços financeiros.
O mercado financeiro cresce rapidamente. Até pouco tempo atrás, não se podia pensar em crescimento orgânico. A expansão viável só era possível a partir de uma ou várias compras , a velocidade em que esse mercado cresce, pode abrir espaços para tentativas desta ampliação orgânica, sem previsão de qualquer nova aquisição. Em relação à chegada de novos players, poderia ser muito útil à concorrência do setor, entretanto, como se vê, as barreiras as serem superadas são muito grandes nesse ambiente competitivo tão agravado pelo excesso de eficiência.
*Celso Grisi é diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, empresa especializada em pesquisas financeiras.
Sobre a Fractal – Forma, Acaso e Dimensão: Empresa 100% nacional, com mais de 20 anos de atuação no mercado brasileiro, figura entre as melhores empresas de pesquisa e consultoria de negócios do Brasil. A Fractal é especialista em pesquisas de mercado, tratamento de informações, treinamento (transferência de know-how) e desenvolve anualmente os Painéis da Indústria Financeira – P.I.F., que analisam a movimentação do setor no Brasil. Tradicionais, os painéis apuram dados que vão desde a imagem institucional dos bancos pesquisados até a avaliação dos produtos oferecidos/lançados, a seus clientes “Pessoa Jurídica” e “Pessoa Física”, comparando resultados de diferentes instituições em todo território nacional, ao longo do tempo.
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