Medidas
macroprudenciais foram exageradas?
Realmente,
essas medidas não devem ser entendidas como exageradas. O relaxamento nas
taxas de juros deve ser visto apenas como decisão contracíclica. E nada
mais.
A deterioração
do ambiente internacional trouxe um movimento recessivo de proporções
alentadas. A taxa de juros foi considerada como um instrumento de política
econômica indispensável para reduzir os impactos externos sobre a economia
interna. Entretanto, seu uso não pode esquecer o comportamento dos preços e
comprometer a estabilidade monetária. Pessoalmente, tenho muito receio de uma
eventual recaída inflacionária. Acredito, entretanto, que um arrocho nos gastos
públicos pode impedir o renascimento das altas de preços no país. O corte tem
que se dar no custeio, jamais nos investimentos. O estado podrá abrir mão de seu papel
indutor, no combate à crise. A expansão
moderada do crédito pode ser medida de revitalização da economia nesse instante,
embora deva ser administrada com olhos nos aumentos da inadimplência e no
crescimento da renda real das famílias. Nessa perspectiva, é e de se esperar
por novas reduções da Selic, aliviando a pressão que a política monetária tem
feito sobre o consumidor e sobre a demanda nacional.
As commodities
não caíram tanto quanto previam os analistas, mostrando que a procura mundial
por alimentos é maior que a crise que o mundo atravessa. Desse modo, políticas
desenvolvimentistas, que privilegiam o crescimento, ganham espaços novos e
começam a justificar a prática de juros menores.
Convém ainda lembrar que Japão e Estados Unidos emitem sinais positivos quanto aos
seus crescimentos internos e amenizam, em grande medida, a crise internacional.
Também não nos esqueçamos que, depois de tantas injeções de liquidez, a inflação
remanesce acima do esperado, em um amplo conjunto de países. Parece prudente
não fazer previsões tão negras, pois a desaceleração pode não ser tão forte
quanto se tem anunciado.
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