Fatos
e interpretações se sucedem em velocidades diferentes
A atividade
econômica no Brasil desacelerou fortemente no terceiro trimestre de 2011. O
mercado de trabalho acusou o golpe, diminuindo, segundo o CAGED, o número de
empregos formais ofertados. O saldo líquido de empregos criados em outubro é
de 126.143 vagas. Em outubro de 2010, o mesmo saldo líquido havia mostrado um total de
204.840 novas vagas. Portanto, a queda foi de 38,4% na comparação de outubro do
ano passado com outubro desse ano. Em 2011, as contratações líquidas somam
2.241.574, evidenciando uma redução de 18,3% em relação aos dez primeiros meses
de 2010. Mesmo assim o resultado é muito bom para um ano tão difícil como esse.
A inflação medida pelo IGP-10
desacelerou de outubro para novembro, subindo apenas 0,44%, ante 0,64% da
medição anterior. Esse resultado também
pode ser atribuído, pelo menos em parte, à desaceleração da economia nacional.
Entretanto, é curioso notar o comportamento contrário do IPC-Fipe, que acelerou
para 0,59%, na segunda quadrissemana de novembro, ante os 0,53% do levantamento
anterior. Embora sejam amostras diferentes, o resultado da FIPE pode estar
antecipando algum movimento sazonal de final de ano.
A arrecadação federal atingiu
a impressionante cifra de R$ 88,741 bilhões em outubro. Esse valor é um recorde
para o mês, e está 9,0% acima do de outubro de 2010. Em relação a setembro
deste ano, o crescimento foi de 17,66%. Esses recordes arrecadatórios ainda
espelham o passado, pois existe uma defasagem natural entre o faturamento e a
arrecadação. Para os próximos períodos é de se esperar que a arrecadação também
refletirá a desaceleração da economia.
O
índice Bovespa caiu na semana 3,10%. No ano, a queda é de 18,14%.
O dólar avançou em relação ao real,
fechando a semana cotado a R$1,7830. Os exportadores já sentem certo alívio,
mas é preciso que o real se desvalorize ainda mais ao longo dos próximos períodos.
Os Estados Unidos continua em plena safra de boas notícias. Nada
que auorize um convencimento definitivo sobre sua recuperação. O índice de indicadores antecedentes, do Conference Board,
apresentou alta acima da prevista. Esse índice mede a direção da economia para
os próximos meses e subiu 0,9% em outubro, contra 0,1% em setembro. Não fosse o
mau momento vivido pela Europa, o otimismo poderia tomar conta dos mercados.
Na Europa, persiste um forte ceticismo
sobre as possibilidades dos líderes europeus solucionarem a crise das dívidas
na região, evitando a contaminação do setor bancário europeu e o provável efeito
dominó que se produziria sobre economia do mundo. O Banco Central Europeu tem feito a sua parte.
Nessa semana compareceu nos mercados financeiros, comprando títulos da Itália e
da Espanha no mercado secundário. Por outro lado, há sinais de que o Banco
Central Europeu tenha alguma disposição de emprestar dinheiro ao FMI para
financiar a ajuda aos países endividados.
Na
Ásia, o governo chinês continua os
esforços para minimizar a bolha imobiliária produzida naquele país, enquanto o
Japão segue o caminho de sua mais recente recuperação econômica.
Foi uma semana mais calma que a
anterior em termos dos fatos econômicos. Mas as preocupações, entre investidores,
continuam gerando apreensões que podem eclodir na próxima semana.
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