Divergências entre agência de risco
e mercados financeiros
e mercados financeiros
Os mercados e seus protagonistas estão muito preocupados com
o cenário europeu. Por isso, o
risco-Brasil sobe 3 pontos. Enquanto isso, a agência de classificação de
risco Standard&Poor's anuncia a elevação do rating soberano de longo
prazo do Brasil, em moeda estrangeira, de "BBB-" para
"BBB". E, para completar, aumenta a nota de longo prazo, em moeda
local, de "BBB+" para "A". Durma-se com um barulho desse.
Mas, de fato, países europeus continuam a lançar seus títulos
públicos no mercado. Agora, foi a vez da Espanha e da França que, para
colocarem seus papéis, pagaram taxas elevadíssimas, semeando preocupações e incertezas
entre os investidores.
Curioso notar que a
retórica política não tem produzido maiores efeitos nos mercados. No início da
semana foi o discurso da chanceler alemã, Angela Merkel, com seu contundente
apelo para a preservação da Zona do Euro e de sua moeda única. Depois, o
primeiro ministro frances e sua austeridade, mais verbal que econômica. A
austeridade é bastante propalada na França, mas pouco evidente na prática orçamentária
naquele país. Na continuidade, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti,
entrou em cena, prometendo adotar medidas para enfrentar o ceticismo sobre a capacidade
da Itália de honrar sua dívida pública. E tudo encontra seu ponto final com o
relatório da Comissão Europeia sobre a
força tarefa montada para ajudar a Grécia. Estuda-se uma arquitetura financeira
capaz de encontrar, via assistência técnica, uma solução definitiva para aquele
país.
As declarações foram lançadas ao vento e o indicador de
risco Brasil encerrou a 231 pontos-base.
A agência S&P acompanhou o ministro Carlos Lupi em sua
paixão pela presidente Dilma. Efetivamente, Rousseff tem demonstrado seu compromisso com o
cumprimento de metas fiscais e a S&P reconheceu isso : "A resposta do
governo para as pressões inflacionárias em 2011 enviaram um importante sinal
sobre sua flexibilidade política e compromisso para a estabilidade
econômica". Parece que se desenha um novo caso de amor, depois que Lupi "levou o fora".
O que mais impressionou a agência foram os cortes no
orçamento e a contenção no aumento da despesa com pensões. A conta continua
sendo paga pelos pensionistas e aposentados que formam o lado mais fraco da
corda. A agência acredita (e há razões suficientes para isso) que o superávit
primário do setor público atingirá 3,15% do PIB, no final desse ano. Foi mais um vitória da presidente.
Ainda que ontem o risco país tenha aumentado, a tendência
para os próximos dias é de que regresse aos níveis anteriores, refletindo nossa
melhoria na escala de risco e no fortalecimento do grau de investimento obtido.
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