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sábado, 5 de novembro de 2011

O cachorro e seu rabo

Banco Central Europeu reduziu
a taxa de juros para 1,25%.
No  segundo dia como presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi anunciou a redução da taxa de juros  para 1,25%. A suposição implícita nessa decisão é que o nível de atividade econômica, principalmente o da produção industrial, esteja surpreendendo negativamente os agentes econômicos daquela região. O corte dos juros foi de 0,25% e, como no caso brasileiro, deixou à margem a alta dos preços.

A inflação na Europa bateu, no mês passado, 3,0%. A decisão foi justificada pelo entendimento da autoridade monetária europeia de que o movimento inflacionário é meramente temporário e que sua tendência é de reduzir-se a 2%, em 2012. Portanto, inauguramos uma nova nomenclatura econômica: inflação temporária. Uma espécie de “aguente, que daqui um pouco passa.”
Draghi crê nisso e constrói novas expectativas de corte ainda para dezembro desse ano. Os mercados já falam em mais 25 pontos, no primeiro trimestre de 2012.
Francamente, em matéria de política econômica o limite entre audácia e irresponsabilidade é muito tênue. As margens de lucro na Europa estão muito reduzidas e juros baixos estimulam sua recomposição por meio de repasses aos preços finais, induzindo a novas altas e anulando os efeitos dos baixos juros.
É a renda que precisa crescer. Mas ela depende  do nível de emprego e de sua remuneração que, por sua vez, dependem dos investimentos. Investimentos não são feitos se não houver consumo. Consumo só existe se houver renda. Com isso, o cachorro fica correndo atrás do rabo e o empobrecimento está garantido.
Como quebrar o ciclo? Até agora, na teoria econômica, a resposta tem sido apenas uma: a volta do estado indutor.
Portanto, socorros são insuficientes. Os estados precisam voltar a investir.

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