Menor resultado do varejo em cinco anos
não deve ser visto de forma negativa,
afirmam especialistas
05/01/2010 - site Executivos Financeiros - Christiane AguiarMesmo tendo registrado o menor acúmulo anual desde 2004, o crescimento de 5,8% no movimento do comércio varejista do Brasil deve ser visto de forma positiva, de acordo com especialistas entrevistados pelo site Executivos Financeiros. “O País atravessou um momento difícil, com falta de capital de giro e o varejo foi muito atingido por conta disso. Por si só, esse crescimento é surpreendente se considerarmos que os bancos se retraíram, as vendas se retraíram. O Brasil passou por uma crise no crédito e isso imobilizou o comércio”, explica Celso Grisi, diretor-presidente do instituto de pesquisa Fractal e professor titular da FEA-USP.
Para Pedro Vartanian, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, o resultado deve ser visto muito mais de maneira positiva do que negativa. “Apesar de ter sido o menor resultado do período, foi bastante expressivo diante do cenário esperado pelo mercado”, ressalta.
Divulgado nesta terça-feira (05), o dado faz parte do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio.
Com o menor resultado entre os segmentos analisados, o grupo Materiais de Contrução apresentou uma movimentação negativa de 13,7%. Vartanian acredita que esse resultado seja reflexo do primeiro semestre de 2009, quando o comércio do setor ficou parado. Ainda assim, o professor diz que esses resultados devem mudar por conta dos eventos esportivos que serão realizados no País. “É certo que os resultados desse setor devem apresentar mudança de agora em diante. Mesmo com as políticas e programas do governo para o segmento de materiais de construção, esse não é um setor que obtém resultados tão imediatos, como aconteceu com os produtos da linha branca ou outros que receberam os incentivos do governo”, ressalta.
Além disso, a proximidade das eleições presidenciais deve impactar de forma positiva o comércio varejista. Vartanian diz que o “ano eleitoral costuma apresentar aumentos nos gastos e nas obras e isso, com certeza, vai trazer um resultado positivo para o comércio nesse ano”. Para Grisi, eleições sempre geram excesso de gastos e o governo vai dirigir isso para garantir crédito para as classes mais baixas. “O governo vai tentar beneficiar essas classes por serem as mais extensas e por serem aquelas que elegem. A garantia do crédito dá a população a sensação de prosperidade”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário