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domingo, 24 de janeiro de 2010

Visões Européias

Convicções européias sobre
a economia mundial (II)
A China vive um momento de grande expansão de sua economia. Ao mesmo tempo, aproxima-se perigosamente do rompimento dos limites de seu próprio potencial de crescimento. Essa visão generalizou-se por aqui. Todos antecipam a perda do controle sobre a inflação e a ampliação da depreciação da moeda chinesa. É bem verdade que a China respondeu, nas últimas semanas, com um enxugamento no crédito e com o aumento de sua taxa básica de juros. Em nada ajudou para reduzir o mau agouro europeu. Ao contrário, as medidas chinesas apenas confirmaram as convicções existentes. Uma espécie do "num falei" brasileiro. Quanto a Rússia, a crença é que se afunde cada vez mais na crise financeira, moral e institucional. Trata-se de um país que não inspira confiança ao investidor europeu. Tirante os alemães, que logo no primeiro instante de liberalização lançaram-se nessa economia, nenhum outro ousa desafiar o ambiente desequilibrado das finanças públicas russas e de suas mazelas políticas.
Na visão européia, permanecem como países eleitos para investimentos diretos, o Brasil e a Índia. Ambos porque apresentam um grande mercado interno. Foi esse mercado novo, criado pela expansão de segmentos extensos das classes médias, quem trouxe resistência econômica para atravessar os problemas mundiais. O Brasil, além de tudo, com uma democracia madura e um clima institucional em aperfeiçoamento, tem encantado os olhos europeus. Desoneração tributária, e sua consequente redução da carga fiscal, políticas sociais e assistenciais consistentes, estabilidade monetária, grandes reservas internacionais e um processo de redução da pobreza são alardeados como as novas conquistas do Brasil emergente.
Somos vistos dessa forma e, sem dúvida, fizemos por merecer. Portanto, parece pouco conveniente levar ao congresso o Programa Nacional de Direitos Humanos, tão polêmico, suscitando rivalidades entre as classes produtivas e trabalhadoras ou que, ainda, possa provocar cisões e divergências nas opiniões populares. O momento não admite radicalizações, sob pena de perdermos o prestígio duramente conseguido. Não poderemos voltar a ser o gigante adormecido. Vamos mantê-lo acordado.

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