China criou 11 milhões de novos empregos,
em 2009, em suas áreas urbanas
O título já mostra o foco nas cidades e não no campo. Isso me faz pensar se vale à pena manter o esforço de insistir tanto nas negociações de produtos agrícolas, dando origem a um país-fazenda chamado Brasil.
Nossa produção agrícola é vendida como commodities. Com todas as ciclotimias de preços e problemas decorrentes de suas elasticidades. São produtos de baixo fator agregado e que muitas vezes não podem pagar salários justos. Foi o caso da laranja, em 2009. A caixa de 40 Kg esteve girando em torno de R$ 3,50 até R$ 4,50. Seu custo de produção esteve a R$ 10,00. Impossível pagar grandes salários. Não é à toa que a renda do trabalhador rural é menor que a do trabalhador urbano. Pior, a mecanização da estrutura produtiva vai desempregar a mão de obra desqualificada no agronegócio. Que vamos fazer com ela? Favelizar nossas cidades?A China criou aproximadamente 11,02 milhões de novos empregos em áreas urbanas em 2009, mais de dois milhões acima das metas do governo chinês, segundo informa o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social. Um bom resultados para repensarmos nossa política de emprego.
Acentuo, então, a necessidade de estimular a formação de poupança nacional. Poupamos, governo e população, muito pouco internamente. Talvez aqui esteja o maior dos papéis que nosso sistema financeiro desempenha. Ficamos invariavelmente na dependência de capitais externos. A realização dos sucessivos orçamentos nacionais consagra crescimentos de custos sempre proporcionalmente maiores que os crescimentos de investimentos. A pretexto de não produzir déficits, cortamos ou retardamos investimentos. Nossa infr-estrutura deteriora-se. O custo Brasil sofre novas elevações.
O esforço chinês é feito para reduzir a taxa de desemprego urbano, que hoje está em 4,3%, segundo dá conta o mesmo Ministério. Penso que uma definição das vocações regionais e o estímulo seletivo a atividades compatíveis com tais vocações pudessem melhorar nossas taxas de desemprego, que são o dobro das anunciadas pela China. Mas isso vai requerer a ampliação da poupança nacional e o destravamento dos investimentos no Brasil.
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