Uma recente pesquisa realizada pela Deloitte no Brasil reforça a hipótese da migração da audiência para outras mídias. Especialmente para mídias interativas e/ou OOH .
Destaque para faixa etária entre 14 a 26 anos, onde o computador é quase tão utilizado quanto a TV para assistir a vídeos (56% optam pela TV e 54%, pelo computador). Em julho, mês da Copa do Mundo, seis em cada sete internautas brasileiros assistiram a um vídeo online, reforçando a hipótese da dispersão da audiência.
Fica cada vez mais difícil justificar de modo racional o investimento exclusivo em Mídias tradicionais. A comunicação deve ser pensada no conceito CROSS MEDIA.
Mais uma evidência que as corporações de mídia devem aprender a usar múltiplas plataformas.
De forma discreta vão se avolumando evidências que os territórios das mídias sempre claramente definidos vão perdendo suas fronteiras.
Num post anterior apresentei uma (possível?) estratégia de novo modelo de negócios para a ABRIL ao comprar a ELEMÍDIA. Líder na audiência OOH.
SABEMOS QUE É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL RETER A AUDIÊNCIA DURANTE OS INTERVALOS COMERCIAIS (os famigerados efeitos Zapping, Surfing e Afastamento)
O desafio hoje é encontrar momentos onde seja possível reter a audiência nos intervalos. Isso acontece acontece quando a atenção do usuário sofre poucos estímulos. E
sses momentos mágicos ocorrem quando o usuário (em tese) não tem outra opção a não ser ver os comerciais. Numa época de celular e web competindo pela atenção, esses momentos de atenção concentrada (cada vez mais raros) são encontrados no METRO, ÔNIBUS e elevadores.
Nada mais inteligente que propor conteúdo (e vender anúncios) por estes canais.
Aparentemente sem ser um desafio direto entre as organizações, parece que a GLOBO e a ABRIL começam a disputar este território. Há também um motivo mercadológico: o estrondoso crescimento da Classe C (corresponde às famílias que tenham renda mensal de R$ 1.126 a R$ 4.854 )que já é mais de 40% da população e é grande usuária desta plataforma.
Por isso não é de se estranhar a decisão da Globo de transmitir sua programação em
10 estações de metrô de São Paulo até o fim de setembro e 52 até o fim do ano.
A estimativa é chegar a uma audiência no METRÔ quatro milhões de passageiros por dia.
Isso também será feito pala BUS TV em 600 ônibus em São Paulo.
Evidente que os investimentos são altíssimos, mas demonstra que a estratégia de longo prazo é evitar concentrar RECEITAS nas plataformas tradicionais.
Talvez sem imaginar a GLOBO e a ABRIL tentarão capturar a mesma audiência no transporte ou em elevadores dentro das empresas.
Consequências: novos formatos de conteúdo, novos tempos de intervalo e super exposição.
É interessante monitorar os resultados.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios