Europa não quer mais surpresas.
A Europa parece estar encontrando sua saída para a crise iniciada em 2008. Há boas notícias vindas do norte e do leste europeu. A Alemanha também tem aportado muito ânimo às economias da região. Mesmo os chamados países periféricos mostraram disposição ao tratar suas contas públicas e ao buscar alternativas de crescimento.
Portugal, embora mantenha um intenso debate político interno, apresentou resultados positivos na redução de sua dívida e de seus juros, bem como mostrou ser possível crescer por meio das exportações.
O quadro está lentamente tornando-se convincente no Velho Continente. Mas, não pode apresentar novas surpresas. Por essa razão, os ministros europeus começam a pressionar a Irlanda para que recorra à mais recente dobradinha financeira mundial: Fundo de Emergência da União Européia e FMI. A essa altura, a quebra do país poderia ser fatal ao atual estado de recuperação da União Européia.
Ontem, a Reuters noticiou que a Irlanda estava em conversações para recorrer ao Fundo de Estabilização Financeira da União Européia, hoje os meios jornalísticos, considerados como os melhores formadores de opinião na Europa, já dão como certas essas negociações. O FMI declara-se pronto para mais esse socorro financeiro. O próprio Fundo de Emergência Europeu definiu sua ajuda como algo entre 60 e 80 mil milhões de euros.
O Governo irlandês nega a necessidade de ajuda para honrar seus compromissos. O primeiro-ministro, o ministro das Finanças irlandês e o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, também negaram que a Irlanda tenha solicitado qualquer ajuda.
Fosse no Brasil, a população teria a certeza, a partir dessas negações, que a ajuda já estaria em curso. Para complicar, Brian Lenihan, ministro das Finanças, afirmou não fazer sentido falar de um pedido de ajuda, uma vez que a Irlanda não precisa regressar aos mercados, antes de meados de 2011.
Seja com for, necessitando de ajuda ou por conta própria, a Irlanda precisa dar curso a uma solução transparente e definitiva para seus compromissos financeiros. Caso contrário, teme-se que um eventual contágio possa rapidamente alcançar a Espanha, Itália e Portugal, interrompendo o ciclo de recuperação de toda a região. Esse final de semana será decisivo para a economia da região.
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