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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A medida é boa, mas deixa a solução para o ano que vem

Atirou no que viu, acertou no que não viu
O Banco Central, atendendo a órgãos de defesa do consumidor, estabeleceu limites mínimos de pagamentos dos cartões de crédito. Viu a inadimplência crescer de forma assustadora nessa modalidade de crédito. Atualmente, a inadimplência está no assustador patamar de 24% sobre o total dos empréstimos efetuados. A média, em outras modalidades, é de 6%. Foi isso que o Banco Central viu. E se foi isso que realmente desejava, o prazo dado para a adequação da indústria foi excessivamente elevado. Três meses seriam mais que o suficiente.
Entretanto, a medida merece aplauso, pois trata-se do primeiro contingenciamento de crédito feitos no Brasil, em muitos anos. O crédito excessivo tem ameaçado a inflação e inquieta as classes produtoras pela pressão que faz na Selic. Portanto, o Bacen acertou. Acertou no que não viu.
A inflação já não tem respondido bem às altas de juros. Parece que como instrumento de política monetária os juros teria perdido um pouco de sua eficácia, sugerindo que o contingenciamento pudesse trazer maiores benefícios ao comportamento dos preços, sem os malefícios que os juros altos aportam às intenções de investimentos. Venho insistindo nessa idéia do contingenciamento, pois com ela abre-se um espaço para a redução dos juros básicos de nossa economia. O próximo alvo deveria ser os cheques especiais, que como os cartões, financiam itens do consumo que contribuem fortemente para as altas de preços.
Esse Natal vai mostrar que a inadimplência sempre ocorre associada a excessos cometidos nas modalidades de crédito que financiam mais os desejos que as necessidades. Uma boa lição de política Monetária e de marketing.

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