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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dólar continua seu movimento de alta

Mesmo sob a ameaça do Fed, dólar sobe pelo terceiro dia consecutivo
É sempre bom lembrar que, de fato, os tais US$ 600 bilhões não chegaram ao mercado. Depois da fala do presidente Obama, o mercado reagiu de susto. Como nada aconteceu, o dólar voltou a subir no Brasil, demonstrando a eficiência do aumento do IOF sobre os capitais especulativos. Fechou a semana cotado a R$ 1,724. Alta de 0,29% hoje e de 2,74% na semana. O ministro Mantega acertou.
Passaram-se os dias, o G-20 chega ao fim em ponto morto. Parece não haver decisões. Apenas recomendações.
Mas, recomendações pode ser apenas o pretexto que todos esperavam para aumentar os impostos sobre as importações de países com moedas subvalorizadas. Parece ser essa a fórmula que passará a vigorar no comércio internacional, na contramão dos esforços da OMC que quer ver essas taxas cada vez menores.
A esse propósito, a OMC estaria pronta para resgatar uma cláusula do antigo GATT, que previa sanções às nações que desvalorizassem excessivamente suas moedas, para adaptá-la às condições atuais. Com isso, estaria dando munição pesada ao seu sistema de soluções de controvérsias para dirimir esses conflitos por meio dos chamados “panels”.

Se isso acontecer, a OMC transforma-se na principal instituição internacional da governança mundial. Tende, contrário senso ao espírito de sua criação, a consolidar-se em um verdadeiro tribunal econômico. Vai acumular funções legislativa e judiciária. Isso, sinceramente, não me agrada.
De outro lado, a China começa a dar sinais de exaustão do seu ritmo de crescimento, pressionada pela alta dos preços do pujante mercado interno. Nesse caso, ela brincou com o crédito. Abundante como foi, acelerou o consumo e, a inflação, por isso, alcançou 4,4% em outubro. É hora de desacelerar. Isso dará início a um ciclo de aperto monetário, com elevação da taxa básica de juros que, por sua vez, induzirá uma redução das importações. Esse temor já levou investidores a repensar os preços das commodities. Os preços começaram a ceder nessa sexta-feira, sobretudo em relação às commodities metálicas, cujos usos são basicamente industriais. A bolsa de Shagai caiu hoje 5,2%. Um novo cenário se aproxima, anunciando a necessidades de novos esforços preditivos para o desempenho do mundo e de suas regiões em 2011.

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