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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

De tudo um pouco

O gosto de tudo
O que espera o governo? Espera que a somatória das medidas possa fazer um efeito agregado sobre a economia de proporções razoáveis. Os analistas, entretanto, chamaram as medidas de “pacote de baixo impacto”. Como a demanda não está reprimida, desonerações contribuem pouco para o crescimento, argumentam.
Francamente, parece-me uma avaliação prematura e que não considera os efeitos conjuntos almejados pelo governo. Investidores estrangeiros foram desobrigados de pagar 2% de IOF sobre as aplicações em ações e outros títulos privados no país? Trata-se de redução expressiva no custo de investimentos no mercado acionário nacional, sobretudo se considerarmos as remunerações reais do mercado internacional. O risco agora é reacender o influxo de capitais de modo a apreciar o real.
Sobre o crédito concedido ao consumo, o IOF foi reduzido de 3,0% para 2,5%. A redução foi pequena. Em postagem, ontem, sugeri que a redução fosse de 1,5%. Teria alcançado um efeito mais significativo. Por outro lado, a Selic havia sido, no dia anterior, reduzido em mais 0,5% ponto percentual. Nesse sentido também é relevante lembrar que as reduções sucessivas na Selic têm produzido economias significativas para o governo central.
No varejo a festa foi maior. Juros para baixo e redução de impostos no consumo. Redução do IPI na linha branca, redução do PIS/COFINS para zero sobre massas alimentícias e eliminação para o pão e o trigo. Até parece um pacote italiano para as festas de final de ano, para incentivar padeiros e pizzaiolos.
Essas medidas têm efeitos distributivistas inegáveis, beneficiando as classes de menor renda.
Também para as classes de menor renda, a ampliação do limite, de R$ 75 mil para R$ 85 mil, para enquadramento no regime especial de tributação  da construção civil, é claramente benéfica. A liberação de R$ 5 bilhões, objetivando financiar a compra de bens duráveis, pela Caixa, trará impulso ao consumo, com efeitos colaterais relevantes ao setor industrial.
Finalmente, ocorre-me comemorar o benefício do gozo imediato, pelo exportador, do crédito tributário de 3,0% sobre o valor de suas vendas ao exterior. A medida é tida como compensatória dos impostos indiretos não eliminados na cadeia de produção desses manufaturados.
Mesmo no Natal, não se pode pedir a ninguém que acredite em Papai Noel, mas também não se pode negar que alguns setores estão tentados a fazê-lo, depois do que o ministro Mantega abriu o seu saco de bondades sentado em sua grande cadeira em Brasília.

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