Boas notícias no mercado internacional
Por
um lado, fenômeno conhecido por La Niña faz seu estragos na América Latina.
Falta chuva na região sul do Brasil, no norte e centro da Argentina. Para o
milho plantado mais cedo já se fala em reduções fortes da safra. Chicago respondeu
de forma imediata e os preços encerram a sexta-feira em valorização. Os grãos
voltam a subir. Milho, sorgo e soja podem conhecer mais uma temporada de alta.
A
consequência mais imediata vai se dar na cana-de-açúcar, agora podendo entrar
nos Estados Unidos sem necessidade de visto no seu passaporte. As tarifas
protecionistas norte-americanas foram retiradas do nosso etanol e, se a oferta
de milho da América do Sul escassear, a
pressão sobre esse cereal vai se forte em território norte-americano. O milho
produzido será mais procurado pela indústria de rações e alimentos,
prejudicando sua utilização energética e abrindo espaço para o etanol
brasileiro.
Para
melhorar, as bolsas começam a se preparar para a recuperação da economia dos
Estados Unidos. Imagina-se que essa recuperação pode produzir uma pressão sobre
o suco de laranja. Também as bolsas começam a acreditar em uma recuperação européia
mais rápida em função do encaminhamento das soluções apresentadas para o
sistema financeiro europeu. O suco de laranja voltou a subir lá fora e dessa
vez não foi pouco.
No
Brasil o produtor de laranja recebe cada vez menos pela caixa. Há uma super
safra, segundo as indústrias processadoras. Contratos com os produtores são
desrespeitados, as colheitas são feitas com atraso, depois dos frutos caírem no
chão. As indústrias, com sua política de retro-integração, dão preferência a
colher as frutas de suas próprias fazendas. Esqueceram-se de investir em marcas
próprias no exterior e não possuem participação expressiva nos sistemas de
distribuição dos países importadores.
Fábricas
de suco pertencentes a capital nacional, no exterior, importam pouco e barato.
Abastecem-se localmente.
Ainda
não existe uma política para a citricultura brasileira que pense toda a cadeia.
Enquanto isso o oligopólio da laranja enriquece ainda mais e o citricultor
empobrece na mesma velocidade. As unidades processadoras, no exterior, compram a
commodity barata no Brasil. Vendem o
produto final caro no exterior. Para que agregar valor por aqui?
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