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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vamos para o último dia da semana

A sexta-feira tem razões
para começar bem
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em pequena queda de 0,2%, fechando aos 57.256 pontos. O Ibovespa não mostrou maior entusiasmo com a redução de 0,5 pontos percentual, promovida pelo COPOM.
Penso que a queda deveria ser maior, face ao volume negociado no dia de ontem, na casa dos R$ 5,80 biolhões. Volto a alertar para o fato de que, mesmo com volumes tão baixos, a bolsa mantem-se no patamar dos 57 a 58 mil pontos. Insisto que isso sinaliza para a disposição dos investidores em manter as posições já construídas, para realizar lucros maiores mais adiante, assim que a os preços das ações começarem a andar.
O dólar mostra-se impassível.
O IGP-M da FGV subiu 1,43%, em agosto. O centro da meta precisará ser imantado, nos próximos meses. No primeiro trimestre do próximo ano, o imã pode chamar-se “Selic mais alta”.
A Confederação Nacional da Indústria aponta que a confiança do consumidor continua a subir, incentivado pelas medidas de estímulo econômico. Consumidor entusiasmado assusta os agentes que concedem crédito.
Dos Estados Unidos, vem a grande notícia. A renda pessoal cresceu 0,3% em julho, em relação ao mês anterior, enquanto os pedidos de auxílio desemprego não se aprofundaram. Ficaram estáveis em 374 mil, na semana até 25 de agosto. O mercado comemorou.
Os Estados Unidos trazem notícias positivas. O Brasil também, com a confiança em alta e a inflação mostrando crescimento da demanda.
Começo a antever a reunião do conjunto de condições necessárias e suficientes para o início de um novo ciclo de crescimento, beneficiando claramente a renda variável, ainda com preços muito deprimidos.

Arrumando as malas

"Quem sabe faz a hora,
não espera acontecer"
De imediato, os benefícios mais evidentes que a internacionalização poderia oferecer aos bancos nacionais estariam ligados aos ganhos de escala e ao aproveitamento de suas vantagens competitivas na área de tecnologia.
O momento é oportuno pela fragilidade dos concorrentes internacionais, sobretudo os do primeiro mundo. Estão descapitalizados, sem condições de proceder a investimentos e com rentabilidades negativas em seus mercados de origem.
As oportunidades de aquisição se multiplicam e nossa moeda apresenta cotação favorável às aquisições no exterior.
Finalmente, já é hora de retomar o Projeto Ômega que pressupõe a construção de um grande centro financeiro regional no Brasil. Esse espaço está aberto e pode abocanhar parte expressiva das operações financeiras realizadas em Miami. A demora nessa decisão favorece o Chile que ostenta ambição similar à brasileira.
O que tem retardado tanto essa decisão? Apenas o conforto e os ganhos produzidos em territórios nacionais? Nesse instante, essa atitude e esse argumento já não são mais possíveis de serem mantidos.

Não vai ter refresco

Bancos continuarão na berlinda
Não tenho dúvida sobre a necessidade futura em trazer de volta a Selic a patamares mais altos em 2013. Algo como 8,5% para o final do próximo ano. Isso pode dar conta das pressões inflacionárias, mas não aliviará significativamente a competição no setor bancário. O processo de crescimento nacional também contribuirá para ganhos de eficiência nas operações financeiras, contribuindo para a redução proporcional dos custos bancários operacionais, estruturalmente altos. Entretanto, esses elementos não são suficientes para garantir as escalas necessárias, dando suporte aos custos e aos investimentos já incorridos pela rede bancária nacional.
Em breve, não restará mais nenhuma opção a não ser a internacionalização de nosso sistema financeiro. Bancos precisam sair do país à busca de novos mercados ou suas receitas e lucros estarão comprometidos.
A estratégia, no primeiro instante, deveria consagrar riscos menores no processo de internacionalização. Nesse caso, obediente ao modelo de Uppsala, a internacionalização poderia se fazer de forma gradativa, elegendo preferencialmente os países com menor distância psíquica em relação ao Brasil. Então, os países escolhidos poderiam ser México, Chile, Colômbia e Peru, ordenados segundo a atratividade de seus mercados internos.
O Mercosul pode ser uma alternativa apenas em momento posterior, quando os riscos políticos e econômicos estiverem minimizados. Considerações ainda possíveis estariam associadas a países africanos e aos mercados de menores riscos da Europa de Leste e da Ásia.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A previsão se confirmou

Selic veio a 7,5% e os juros reais aproximam-se aos do primeiro mundo
A situação estratégica dos operadores financeiros se agrava, dia a dia. A queda na captação parece ser proporcionalmente menor que a queda dos juros. Recursos migram das aplicações financeiras à busca de maiores remunerações oferecidas em outros mercados.
A renda fixa sofre mais um golpe e deve impulsionar a renda variável. Bancos sofrem pressões adicionais sobre seus spreads. Os jornais anunciaram as intenções da Caixa em disputar o concorrido mercado dos bancos de investimentos, enquanto novos entrantes chineses e coreanos aportam no país. Plural e Geração futuro associam-se em operação curiosa e inusitada, disfarçando a criação de um banco comercial com ambições mais amplas e perigosas.
A revolução nas estruturas e nos mecanismos de funcionamento do sistema financeiro já está em curso e expõe a inadequação dos modelos de negócios atuais às condições do novo ambiente financeiro nacional.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O mundo ontem

As voltas que o mundo dá
Os indicadores econômicos foram e voltaram. O Conference Board anunciou queda surpreendente, no mês de agosto, na confiança do consumidor. No sentido contrário, os preços das residências apresentaram crescimento no mês de julho.
O preço das casas subiu em função da maior demanda e isso sinaliza para maior nível de atividade do consumidor. Por que, então, ele estaria menos confiante, logo no mês seguinte?
O PIB espanhol sofre nova contração, apresentando queda no segundo trimestre do ano de 1,3%, comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. A situação europeia agravou-se nesses últimos dias, com os alemães construindo estudos a partir da hipótese da saída da Grécia da Zona do Euro.
A China ainda continua em desaceleração econômica, discutindo se o pouso será suave ou brusco. Teóricos espalham convicções antagônicas.
O mundo continua na espera das decisões de política monetária do Fed. O encontro será na próxima sexta-feira e a torcida é por um Q3 que pode não sair.
Como se vê "a vida deu uma volta de 360 graus". Ficou no mesmo lugar. 

Atenção para a Bolsa

Os preços estão represados e
podem evoluir rapidamente
A BM&FBovespa tem apresentado um baixo giro diário. Ontem, por exemplo, o movimento financeiro foi de quase R$ 5,0 bilhões e, ainda assim, apresentou alta de 0,51%, encerrando o pregão aos 58.406 pontos.
Em que pese o baixo volume, os preços se apresentam sustentado nesse patamar, depois de ter testado os 60 mil pontos. Fica a impressão de que os grandes investidores estão à espera de algum movimento mais decisivo da economia para inaugurar um novo momento nesse mercado. Fique atento e acompanhe as cotações do dólar, dia a dia.
Ontem, a moeda norte-americana voltou a subir, encerrando o dia com alta de 0,54%, cotado a R$2,043. Se essa cotação sofrer pressões de queda mais expressiva e o Banco Central sentir dificuldade em "segurá-la" é sinal que o influxo de dólar está aumentando rapidamente. A maior probabilidade é que essas entradas de capitais dirijam-se à Bolsa, alimentando as altas sucessivas dos preços das ações.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

À espera de Bernanke


Todos aguardam pelo Q3
Nesse instante, o mundo voltou sua atenção para as possibilidades do anúncio de novos estímulos à economia norte-americana. Bernanke, o presidente do Fed, deve falar sobre isso no seu discurso dessa semana. O nível de atividade econômica do país tem melhorado lentamente, enquanto o setor imobiliário apresentou aumento expressivo da demanda. Esses dois dados são tão positivos que podem atrapalhar a disposição do Fed em anunciar o Q3.
Da Ásia não se espera grande coisa para essa semana. O Japão anunciou uma revisão em suas expectativas para o crescimento japonês e para o cenário internacional, neste ano. Sua revisão traz dados menos otimistas. Na China, espera-se que o governo lance um programa de recompra de ações de algumas empresas estatais. Isso colocará maior liquidez nas mãos do mercado.
A Europa arrasta-se com o problema grego. As decisões são discutidas e negociadas, tomando um longo tempo para produzir qualquer consenso que possa virar decisão.

domingo, 26 de agosto de 2012

Depois da inflação, o câmbio.

O câmbio será a próxima preocupação
A reação econômica brasileira, ainda que lenta, trará uma nova enxurrada de dólares ao país. A demanda nacional estará mais ativa, sugerindo às empresas multinacionais aqui instaladas a necessidade de aumentos dos investimentos externos diretos, sob pena de perdas de suas participações no mercado local. Em paralelo, o programa de privatizações, recém-anunciado, se bem-sucedido, engrossará substantivamente o influxo de capitais para o país. Completando o quadro futuro da oferta excessiva de dólares, a bolsa de valores trará capitais externos em grandes quantidades, quer porque os preços desses ativos estão em níveis atraentes, quer porque as empresas listadas em bolsa apresentarão resultados crescentes, refletindo a expansão da demanda local.
A bem da verdade, essa liquidez excessiva sempre interessou aos governantes, que se utilizaram dela para manter a inflação nacional em patamares baixos. Também é verdade que essa política cambial acabou reconhecida como uma das principais causas do sucateamento industrial brasileiro.
De março para cá, o país vive uma circunstância curiosa em relação à taxa cambial. Tendo atingido os R$2,00 por dólar, os exportadores nacionais experimentaram uma situação inusitada nos últimos tempos, usufruindo de uma recuperação parcial nos resultados de suas exportações. Também assistiram à imposição de uma barreira parcial a sua concorrência mais direta. Mas, francamente, para a reconstrução da competitividade industrial brasileira, o dólar precisaria estar valorizado em R$ 2,50, como, aliás, o próprio ministro Mantega reconheceu em passado recente.
Entretanto, a taxa atual, na casa dos R$ 2,00 só foi alcançada graças ao agravamento da situação internacional, sobretudo na Europa, que elevou o risco-Brasil e, por isso, reconduziu à origem, parte da liquidez da moeda internacional existente no país. Contribuiu também de maneira decisiva, a redução das taxas de juros, aguçando a aversão a risco, na medida em que comprometeu as remunerações dos especuladores nacionais e internacionais. Para conservar seu valor atual, a taxa de câmbio ficou dependente das intervenções quase diárias do Banco Central no mercado.
O dilema remanesce insolúvel. O câmbio flutuante, mesmo com as mal concebidas restrições criadas ao capital estrangeiro, não darão conta de desvalorizar ainda mais o real. Disseminam-se fortes dúvidas sobre a manutenção do valor de R$ 2,00 por dólar, em caso de recuperação da economia nacional.
Se o problema é a liquidez, que tal abrir um enorme programa de importações com o objetivo de acelerar a atualização tecnológica nacional? A entrada da moeda norte-americana poderia ser tão grande quanto à saída que essas importações produziriam. E o país, conseguiria mesmo atingir um razoável grau de modernizado? Há mão de obra técnica disponível para essa modernização?
Veja, portanto, que o problema não é o capital. Ele existe de forma abundante. O carro pega é na educação nacional, incapaz de formar pessoas aptas ao trabalho mais sofisticado e melhor remunerado.

sábado, 25 de agosto de 2012

Sansung condenada. E rápido.

Patente é coisa séria,
no primeiro mundo.
A ação foi movida pela Apple, na Califórnia, por quebra de patentes em samrtphones e tablets da Samsung. A sentença proferida por um júri da Corte de San Jose, condenaou a ré ao pagamento indenizatório, no valor de pouco mais de US$ 1 bilhão.
Pasmem, a ação correu por pouco mais de um ano e a decisão só não foi proferida mais rapidamente porque a Corte havia estimulado um acordo extrajudicial entre as partes. Coisa de por gosto em qualquer brasileiro.
A Samsung, segundo a corte, infringiu a propriedade intelectual de algumas tecnologias da Apple, entre elas, a rolagem de tela, zoom de navegação e toque para zoom. O pedido indenizatório da Apple era de US$ 2,5 bilhões. Levou menos da metade, mas levou rápido.
O que nos interessa nesse caso é entender a importância do ambiente de negócios e a segurança jurídica de que deva estar revestido. Imagine em que parte do mundo você gostaria de montar sua empresa de TI, depois das invenções, inovações e desenvolvimentos tecnológicos que você tivesse produzido. Imaginou? Agora pense o que aconteceria em uma disputa como essa no Brasil? Talvez, ao invés de 15 meses, fossem 15 anos? E a sentença, como seria?
São de reformas dessa natureza que a sociedade brasileira precisa para tornar seu desenvolvimento sustentável.

A recuperação se confirma

Supermercados apresentam outro
crescimento de vendas
As vendas nos supermercados de São Paulo registraram crescimento, em julho. O resultado foi atribuído às férias que, segundo os especialistas, provocaram aumentos nas linhas de alimentos e bebidas.
Na base desse crescimento estão as desonerações de alguns poucos produtos, o aumento da renda real, o crescimento no nível do emprego na cidade São Paulo e o crescimento do crédito. Não é a toa que os índices de inflação têm apontado os grupos de alimentos, bebidas e despesas pessoais como os responsáveis pelo crescimento dos preços. O reflexo positivo se dá no faturamento dos supermercados que mantém grande otimismo em um ano como esse.
Fica também evidenciado que o mercado ainda apresenta sinais expressivos de demanda reprimida. Os novos entrantes no consumo, impulsionados pela emergência social, pressionam os preços dos produtos básicos, enquanto a parte da população que já havia se beneficiado dessa ascensão econômica e social, mergulha no mar das marcas com prestígio intermediário ou premium.
A ascensão vem em ondas. Mais fortes e visíveis, no início do processo, e se propaga, em ondas mais fracas, em direção à qualificação das demandas, ao longo do tempo.
O fenômeno é duradouro, dando vitalidade à recuperação, e a sua irmã siamesa, a inflação.

Bolsa no Brasil

Uma avaliação sobre bolsa e commodities
O Cifras&Safras dessa semana trouxe análises e informações preciosas sobre o Ibovespa e sobre preços das commodities. Veja em:
http://vimeo.com/48136019

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um pisa no acelerador, outro, no freio

A recuperação encontra-se com
o seu pior inimigo
Brasil recebeu em julho US$ 8,421 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. No mês anterior, havia recebido US$ 5,982 bilhões.
Ainda que isso signifique um déficit corrente, nos últimos 12 meses, até julho, de US$ 52,480 bilhões - 2,17% do PIB, o dado mostra o ânimo do capital estrangeiro com o momento nacional. O capital estrangeiro pôs o pé no acelerador de nossa economia.
Por outro lado, a inadimplência pisou no freio.
O número de empresas que atualmente inadimplentes não para de crescer. A Serasa Experian revela que o descumprimento financeiro das companhias brasileiras cresceu 8,5%, em julho de 2012. De junho para julho, o aumento na inadimplência empresaria foi de 1,8% da inadimplência das empresas.
Nesse quadro de juros baixos e spreads apertados, os bancos privados não estão dispostos a emprestar. E os públicos já foram longe demais.
Vai faltar dinheiro para as empresas e é possível que sejam elas que venham “comer a poeira”, primeiro.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Brasil Econômico - Parte 2

E se a China acelerar?
Veículo: Brasil Econômico Online - Data: 21/08/2012
Jornalista: Priscilla Arroyo - Parte 2
A incerteza é parte do cenário. Para o bem e para o mal. Portanto, mudanças podem trazer grandes oportunidades. A China pode ser uma caso para ilustar essas experanças. Não sei se dá para confiar.

Não me agrada esse silêncio, por tanto tempo.

Estamos na 5ª feira. O governo não
anunciou mais nada.
Se há um plano articulado para a recuperação econômica, não será suficiente apenas anunciar a intenção de privatizar.
É necessário aprofundar as ações com elementos concretos. Os agentes já começam a perguntar sobre o que mais acontecerá na economia nacional.
Vejam só: 1) o Ibovespa esteve em queda durante quase todo o dia. Acabou em alta de 0,79%, aos 59.585 pontos. E isso porque os ativos ficaram um pouco mais atraentes em relação ao dia anterior.
2) Saiu a Ata do Fomc. Muito vaga, mas dando esperanças sobre um eventual estímulo monetário que governo americano produziria para impulsionar sua economia. Não se sabe quando, mas se espera para logo. Isso levou o giro diário da Bovespa a R$ 6,676 bilhões. Não gostei nem do giro e, muito menos dessa alta modesta. Falta confiança. O governo brasileiro não anda e o mercado norte-americano mostra-se ainda indeciso.
3) O dólar encerrou o dia em alta de 0,15%, aos R$2,020. Bom que isso tenha acontecido, mas francamente, essa cotação ainda é insuficiente. Precisaríamos chegar aos R$ 2,50 para dar maior competitividade ao produto brasileiro. O comércio mundial está decadente, e cada vez mais protecionista.
Os agentes esperam novas decisões e o encaminhamento das decisões anteriores. O governo silencia. Que diabos realmente está acontecendo, perguntam-se os investidores. É hora de agir!

Bosa de Valores

Bolsa de Valores de São Paulo
fecha o dia em queda
Veículo: GloboNews
Data: 21/08/2012 - Jornalista: Denise Barbosa
A corrida na Bolsa começa com o aumento do capital estrangeiro na bolsa.
http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/t/todos-os-videos/v/bolsa-de-valores-de-sao-paulo-fecha-o-dia-em-queda/2100666/

Nada a temer. Apenas a gerir.

Definitivamente, a inflação chegou.
Bastaria conter a velocidade das
altas de preços.
O IPCA-15 do mês de agosto, medido pelo do IBGE, veio além do que o governo federal desejava. O aumento no índice foi de 0,39%. Maior que o de julho, de 0,33%.
Os culpados foram, como já era previsto, os grupos de transporte, saúde e de cuidados pessoais. Com aumentos de renda real, não poderia dar nada diferente do que deu. Portanto, nada que já não se sabia.
O governo corre para reduzir a alta. Quer reduzir os custos de energia para os consumidores residenciais e isentar alimentos básicos de consumo de alguns impostos.

Assustado, o governo pensa administrar as altas pelo lado dos custos. Juros e crédito continuam prioridades e a demanda fustiga os preços.
Os responsáveis pela formulação da política econômica já aprenderam que em ano é eleitoral a recessão é inimiga da reeleição.

A crise reduz o comércio mundial

O comércio brasileiro no mundo
O Banco Central registrou saldo positivo de US$ 165 milhões no fluxo cambial do Brasil, na semana de 13 a 17 de agosto.
Em agosto, o resultado é negativo em US$ 1 bilhão. No ano, o país registra entradas líquidas de US$ 22,8 bilhões.
Claro que ficou difícil repetir a história recente de grandes superávits. Entretanto, no quadro atual, isso é bem melhor do que eventuais resultados negativos.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Os receios ainda persistem na Bovespa

O mercado financeiro está animado,
mas mantém seus receios
Eram 11 horas da manhã. Na Bovespa o mercado rompeu a barreira dos 60 mil pontos. Já se acreditava que o Ibovespa iria deslanchar. Não foi o que aconteceu. Faltou confiança. As declarações da presidente da Petrobras, negando qualquer previsão para o reajuste da gasolina, derrubaram os preços das ações da empresa. Como se sabe, essas ações tem um peso elevado na formação do Ibovespa. Com isso, o pregão se encerrou com queda de 0,62%, aos 58.917 pontos. O giro financeiro quase alcançou os R$ 7,0 bilhões, mostrando que a realização de lucros consagra um imediatismo medroso.
A moeda norte-americana precisou da intervenção do Banco Central para evitar uma queda maior. Perdeu ontem 0,15%, fechando em R$ 2,017. Portanto, o influxo de capitais externos voltou aos mercado de capitais nacional.
O filme se repete. O investidor externo está entrando para comprar ativos baratos. O investidor nacional vende para realizar lucros.
Depois da próxima alta, os estrangeiros vendem para os investidores nacionais que ainda acreditam em novas altas. Mas, com a saída do capital estrangeiro, as ações caem. O mico fica por aqui, como sempre.

No Brasil Econômico online

Bolsa não é mais um enigma
Veículo: Brasil Econômico Online  -  Data: 21/08/2012
Jornalista: Priscilla Arroyo
A economia nacional  está reagindo. A bolsa antecipa esses movimentos e deve subir em agosto e setembro. Vamos ver tanto otimismo no endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=7X5nWi54eP0&feature=player_embedded

terça-feira, 21 de agosto de 2012

De volta à realidade

Passado o primeiro momento, dos anúncios do pacote econômico, voltamos à realidade
Temos inflação, sim! A segunda prévia do IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, mostra aumento de 1,38%. O indicador já está em 6,02% esse ano. Faltam ainda quatro meses para o ano acabar e a tendência dos preços é de alta.
Na terceira semana de agosto, a Balança Comercial trouxe resultados positivos. O saldo foi de US$ 574 milhões, obtidos por meio de US$ 4,9 bilhões exportados e por US$ 4,3 bilhões importados. Agora, o superávit acumulado nesse ano é de US% 12 bilhões. Comparado aos anos anteriores, o saldo previsto para o final do ano é pífio. Entretanto, considerada a crise mundial, o Brasil até que vai se saindo bem.
O Índice de Confiança apurado pela FGV, na indústria, apresentou crescimento 1,5%. Está na casa dos 104 pontos. Trata-se de uma reação muito positiva do empresariado aos estímulos concedidos pelo governo nos últimos meses e reforça os ânimos em relação ao comportamento da economia nesse final de ano.
A realidade se impõe diante de tudo o que se possa prever o esperar.

Focus, pós-pacote

Até parece que o pacote não existiu
A pesquisa Focus mantém as tendências das projeções anteriores, sem tomar conhecimento das últimas medidas governamentais. Até parece que os entrevistados responderam às questões antes do pacote das privatizações. Ou que o pacote foi ignorado. Ou, ainda, que o pacote está em completo descrédito.
O Boletim Focus de ontem registrou, pela sexta vez consecutiva, aumento nas expectativas de inflação para 2012. Dessa vez, o aumento do IPCA foi de 5,11% para 5,15%. Faz sentido reconhecer a presença novos focos de pressão sobre os preços. Por outro lado, os aumentos previstos não rompem e nem ameaçam, pelo menos por enquanto, o limite superior do centro da meta, dando espaço para uma Selic prevista, para o final do ano, em 7,25%.
Quem vai mal para o Focus é o crescimento previsto para o PIB brasileiro desse ano. A expectativa é a de que cresça apenas 1,75%, contra 1,81% da semana passada. É a terceira queda seguida nesse indicador. As previsões para o câmbio continuam estraváveis em R$2,00 para o final de 2012.
A análise dessa última pesquisa Focus deixa a impressão de descrédito no pacote das concessões anunciado na semana que passou. A redução do crescimento dá a entender que ninguém acredita que investimentos, decorrentes de alguma concessão e que, com isso, o dólar não se movimentaria, uma vez que não haveria entradas ou saída de moedas estrangeiras no país. Um caso de autismo econômico.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A semana começa hoje (3)

O roto e o rasgado
A semana na União Europeia não deve trazer maiores novidades. Entretanto, o desafio germânico de evitar a saída da Grécia na Zona do Euro terá mais um capítulo de suspense, com final bastante previsível.
O primeiro ministro Samaras da Grécia fará uma rodada de conversações com as lideranças europeias, entre elas, com a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande. O tema dessas conversações será, centralmente, a dívida helênica e a avaliação das medidas de austeridade que, até agora, geraram recessão, desemprego e desequilíbrios sociais, sem nenhum efeito na recuperação econômica da região.
De concreto até agora, não tivemos mais do que a preservação, na sua integridade, da União Europeia. Recuperação econômica, que é bom, não aconteceu.
É provável que após esses encontros que Samaras manterá individualmente com as governantes daquela região, os principais líderes venham a ser reunir para decidir sobre um novo pacote de medidas que pudessem servir de estímulo às economias locais e ao comércio inter-regional.
Francamente, em relação à Grécia já se formou o consenso sobre suas dificuldades de superação do quadro econômico atual. O caso é dado como perdido, entretanto não se quer abrir um precedente que permita a saída de qualquer estado-membro da comunidade europeia.
Os países periféricos precisam de apoio para evitar seus cenários de rupturas. O problema será encontrar na França e na Alemanha a vitalidade financeira suficientemente para fornecer o suporte requerido. Roto e rasgados se encontrarão mais uma vez essa semana e devem empurrar com suas respectivas barrigas os problemas mais para frente.

A semana começa hoje (2)

A economia norte-americana
ganha alguma vitalidade
Os dados sobre a economia dos Estados Unidos têm animado os mercados e, de maneira especial, as autoridades econômicas daquele país.
Vendas no varejo e o desempenho do mercado de trabalho mostram evoluções significativas na economia, embora não tenham sido fortes o suficiente para reduzir o alto desemprego que o país experimenta há quase cinco anos.
Em relação à revisão do PIB do segundo trimestre, analistas já enxergam seu valor como superior àquele anunciado anteriormente.
Tudo isso amplia a confiança das autoridades econômicas sobre o quadro futuro da economia e aumenta, a partir de agora, as dúvidas sobre uma possível terceira rodada de expansão quantitativa (QE3).
O Fed afirmou “estar pronto para fazer o que for necessário.” Portanto, os questionamentos nesse instante dirão respeito ao “necessário”. Será mesmo necessário? Ou o Fed pode desistir do QE3 na próxima reunião de setembro?
Sobre isso, as principais questões a serem especuladas, nos próximos períodos, envolverão temas como as novas compras de ativos por parte do Banco Central norte-americano e a ampliação da política de créditos às pessoas físicas, com o objetivo de aumentar do consumo e, às pessoas jurídicas, estimulando a ampliação da produção e da comercialização.
Fica também na agenda das discussões futuras, a extensão da política de taxa de juros, com custos quase de zero, para um horizonte temporal mais longo do que 2013.
Nessa semana, nada mais relevante parece que acontecerá. Entretanto, convém lembrar que a China pode tirar algum “coelho da cartola”, com o propósito de reanimar o nível de sua atividade econômica, produzindo uma nova onda de otimismo nos mercados mundiais.

A semana começa hoje (1)

A economia brasileira começa a melhorar
No Brasil, os dados continuam apontando para um mercado de trabalho apertado e para ganhos de renda reais. Ainda que a desaceleração econômica possa trazer alguma redução nesses territórios nas próximas divulgações, não se pode esperar pela deterioração desses dois indicadores.
Em relação à atividade econômica O indicador do Banco Central trouxe dados positivos, dando apoio ao desejado cenário de recuperação, para os meses finais do ano.
Por outro lado, os índices de inflação apresentam números crescentes, fazendo supor que a aceleração do crescimento trará reflexos não desprezíveis aos preços de toda a economia. Depois da seca nos Estados Unidos, o grupo de alimentos no Brasil deve irradiar suas altas de preços para outros setores.
Finalmente, as privatizações anunciadas na semana passada deverão provocar expectativas novas e otimistas em relação ao desempenho brasileiro. É de se esperar pelo aumento nos influxos de capitais para investimentos diretos no país e, na esteira desse comportamento, papéis cotados em bolsa podem passar por um período de valorização. O Ibovespa, nessas circunstâncias, deve romper com a barreira dos 60 mil pontos e promete evoluir mais agressivamente até o final do ano.

sábado, 18 de agosto de 2012

Otimismo é a palavra de ordem (2)

Nos emergentes, os ânimos
começam a mudar
As medidas de estímulo são cada vez mais prováveis. O governo de Pequim parece disposto a liberar novos volumes de depósitos compulsórios e promover uma nova redução da taxa de juros da economia.
Há uma expectativa crescente sobre uma nova rodada de flexibilização monetária, induzindo a China a ritmos mais altos de crescimento. Volto a dizer que a ampliação do crescimento chinês implica o crescimento de suas importações e que isso seria um mecanismo importante para dar impulso não desprezível às economias norte-americana e europeia.
No Brasil, a festa também parece que vai começar. O BC apontou para a recuperação do Índice de Atividade Econômica, conhecido por IBC-Br, tido como prévia mensal do PIB. O indicador subiu de 140,74 pontos, em maio, para 141,79, pontos em junho, registrando alta mensal de 0,75%. Francamente, não haveria motivo para a comemoração. Até porque, esse desempenho mostra um crescimento abaixo dos 2% no ano de 2012. O mercado, entretanto, gostou do indicador anunciado.
O IPC-Fipe, da segunda quadrissemana de agosto, mostrou crescimento da inflação de 0,21%. São responsáveis por isso, segundo a pesquisa, os subgrupos de alimentação e despesas pessoais, como o mercado já vinha prevendo. No mesmo sentido, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal - IPC-S também registrou aumento, em cinco das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas, nas semanas de 07/08 e 15/08.
Admitir recessão e inflação, como fenômenos simultâneos, seria semear o pânico entre os formuladores de política econômica. A estagflação é o pior cenário com o qual nenhum economista gostaria de se deparar. Felizmente, também não é o caso brasileiro. A inflação, dessa vez, mais parece uma arauto do crescimento futuro.

Otimismo é a palavra de ordem (1)

Declarações e indicadores trazem
otimismoao mundo desenvolvido
A chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, manifestou o interesse de seu país em preservar a moeda única da União Europeia. Isso foi entendido como a disposição do governo alemão em voltar a adquirir bônus dos países periféricos, dando maior fôlego a essa economias que já se mostram exauridas pelo regime de emagrecimento fiscal a que se submeteram nesses últimos anos.
Por outro lado, está se formando a certeza de que, em futuro muito próximo, a Espanha venha finalmente a pedir ajuda às autoridades europeias, encaminhando solução mais geral aos problemas de seu endividamento e de sua forte recessão. Evitar quebras, nesse caso, interrompe, pelo menos momentaneamente, os riscos de contaminação e o efeito dominó que um eventual default pudesse causar nas economias locais.
Nos Estado Unidos, o otimismo decorreu do anúncio de indicadores antecedentes. O índice de sentimento do consumidor apresentou um desempenho surpreendente. Também aqui começa a se formar a convicção de que a recuperação norte-americana está se tornando cada vez mais consistente. A Confiança do Consumidor, medida pela Universidade de  Michigan subiu dos 72,3 pontos, em julho, para 73,6 pontos, em agosto. Em julho, o índice de indicadores antecedentes anunciado pelo Conference Board, mostrou alta de 0,4%, em relação a junho. No total, esse índice é formado por dez indicadores, dos quais sete registraram crescimento, sendo que dois deles trouxeram maior empolgação ao mercado: pedidos de auxílio desemprego e permissão para novas construções.
Com isso, o primeiro mundo mostra-se mais esperançoso e leva essa esperança a todo o mundo.

Celular e entretenimento

Utilizando o celular na internet
5,2 milhões de brasileiros acessam internet pelo celular.
A pesquisa da Ibope Nielsen Online aponta que 13% da população brasileira possui smartphones. Desse total, 5,2 milhões de pessoas acessam a internet pelo celular.
Desses 5,2 milhões, 84% utilizam a internet enquanto aguardam algum tipo de atendimento, 59% acessam no carro quando não estão ao volante e 58% no transporte público.
O estudo revela ainda os novos hábitos do consumidor moderno em relação aos usos mais curiosos:
- 42% das pessoas utilizam smartphones em momentos do trabalho (o que seria reprovável?)
- 38% no banheiro (em substituição a jornais e revistas?)

- 28% durante as conversas com amigos (o amigo é chato ou o usuário de celular é um compulsivo deselegante?).
E o que fazem esses usuários ao utilizar a internet? 87% responderam que acessam e-mails, 77% visitam redes sociais, 40% escutam música, 29% assistem a vídeos e 25% jogam games.
Realmente o uso feito volta-se mais intensamente ao entretenimento.
Nas atividades de busca de informações, 79% utilizam sites de busca, 52% os de notícias, 46% procuram por mapas, 38% pelo internet banking e 34% acessam a previsão do tempo.
A pesquisa foi realizada entre abril e maio, com 4.600 entrevistados.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Hoje é dia do Cifras e Safras

Falando de Eucalipto, sua importância e
os mitos associados a ele
Contamos com a colaboração do Engenheiro agrônomo Dr. Eduardo Pires Castanho Filho, pesquisador do IEA - Instituto de Economia Agrícola de São Paulo.
Vejam: http://vimeo.com/47716357

Preparem-se para a bolsa brasileira

Ibovespa promete romper a
barreira dos 60 mil pontos
Ontem, o Ibovespa fechou o pregão com ganhos expressivos de 2,16%, aos 59.445, com giro financeiro alcançando os R$ 6.450 bilhões.
Dados do varejo, da criação de postos novos com carteira assinada e o anúncio do pacote de concessões trazem ânimo inusitado ao mercado de capitais nacional.
Em postagem de ontem, mostramos a evolução de alguns dados norte-americanos que contribuem para a redução da aversão ao risco dos países emergentes.
O mais importante, entretanto, foi a mudança do tom do discurso presidencial que anunciou as novas privatizações no país. O discurso mudou a percepção de que o Brasil seja um país hostil ao capital estrangeiro. Houve nele o reconhecimento da necessidade e da importância do capital estrangeiro para garantir o crescimento nacional.
As primeiras reações do empresariado mostram que a percepção sobre a segurança jurídica está se ampliando entre eles.
Essas expectativas trarão capitais novos ao país, pressionando a Bovespa para novas altas e, o dólar, para novas baixas.
Segura peão!

Presságio de um novo momento

Empregos com carteira assinada estão em alta, segundo dados do Caged
O que mais entusiasma nos dados sobre criação de empregos não é só sua intensidade em meio a um dos piores momentos da economia mundial. Mais do que isso, o fenômeno apresentou-se generalizadamente por toda a economia. Estendeu-se por todos os setores econômicos e alcançou o território nacional de forma plena.
Na base da criação dos 142.496 empregos criados, com registro em carteira, estão a redução dos juros reais, a oferta de crédito ao consumo e as desonerações a setores econômicos específicos. São as medidas contra cíclicas, com efeitos retardados e bem mais modestos assistidos em passado ainda recente. Mas, enfim, produzindo resultados positivos e animadores.
No acumulado do ano, temos criados 1.232.843 postos de trabalho, representando um crescimento de 3,25% em relação a dezembro de 2012.
Sem dúvida, a beleza desse feito está na sua generalização. Veja as tabelas abaixo:
TABELA 1

Região
Postos Criados em Julho
Variação Mensal
Sudeste
83.093
0,40%
Nordeste
21.184
0,35%
Sul
13.060
0,19%
Norte
12.883
0,75%
Centro oeste
12.276
0,42%
Total
142.496


A distribuição por unidades da federação, o fenômeno se repete:

TABELA 2

Unidades da Federação c/ Saldos Recordes
Postos Criados em julho
Variação Mensal
São Paulo
47.837
0,38%
Minas Gerais
19.216
0,46%
Rio de Janeiro
13.439
0,37%
Pará
6.759
0,96%
Ceará
6.695
0,64%

Pelos oitos setores aferidos pelo Caged o crescimento também se generalizou:
TABELA 3

Setores Estudados
Postos Criados em Julho
Variação Mensal
Serviços
39.060

Construção Civil
25.433
0,83%
Indústria de Transformação
24.718
0,30%
Agricultura
23.951
1,42%
Comercio
22.847
0,27%
Extrativa Mineral
 1.717
0,80%
Serviços Industriais de Utilidade Pública,
 1.598
0,42%

A criação de empregos é certamente o melhor sinal que a economia poderia ter emitido nesses tempos difíceis e sinaliza para o início da recuperação nacional. Oxalá, seja assim!