A semana vai ser agitada e prenuncia
um mês muito difícil
O PIB
do primeiro trimestre, a ser anunciado nessa semana, deve confirmar as
expectativas de crescimento muito baixo.A indústria pode vir com crescimento negativo, outra vez. Para "salvar a lavoura" todos contam com um crescimento mais forte do setor de serviços.
Serão anunciados dados referentes ao consumo das famílias. Possivelmente esses dados darão conta de que o crescimento do consumo perdeu velocidade. Teremos também o anúncio sobre
o nível de investimento na economia nacional. É de se esperar que nesse
particular estejamos frequentando o território dos números negativos. A taxa
de formação bruta de capital fixo deve ser desastrosa, outra vez. O governo mantém
um investimento muito acanhado e a iniciativa privada ainda luta para ocupar sua
capacidade ociosa. Os estrangeiros bateram em retirada com seus dólares e
suspenderam ou adiaram seus investimentos.
O
Copom, se tiver juízo, não deve ir além dos 8,50% para a Selic. Depois, precisará de
mais um tempo para ver o que acontece. Aí sim, se o quadro permitir,
aprofundará o corte da taxa.
A apreciação
do dólar pode se constituir em freio à redução das taxas, sobretudo pelas
pressões que gera sobre os preços internos.
Do
ponto de vista cambial, o mês de junho trará grandes preocupações para as
autoridades econômicas nacionais:
- Acompanhar a evolução dos preços internacionais das commodities.
- Monitorar a aversão ao risco-Brasil. Os capitais que representam investimentos externos diretos precisam ser chamados de volta.
- Reverter o resultado da conta corrente brasileira, com apoio nesses investimentos.
- Descaracterizar a imagem protecionista construída para o país, nesse ano.
- Acompanhar a variação do dólar em relação a outras moedas fortes.
- Balancear a taxação sobre fluxo de capitais externos, readquirindo a confiança do investidor internacional, sobretudo dos investimentos externos diretos.
- Dosar suas ações sobre a indústria automobilística e sobre o sistema bancário, evitando caracterizar um governo excessivamente intervencionista ou esquerdizante. O mercado internacional já está suficientemente assustado com as últimas nacionalizações na América Latina.
- Permitir depreciação do real, sinalizando para indústria que a taxa do dólar pode ser uma barreira aceita e legítima às importações excessivas. Por outro lado, estimularia as exportações pela recuperação parcial da competitividade do produto brasileiro.
- Retomar com maior vigor as negociações com governo argentino para recuperação das exportações nacionais àquele mercado.
A
agenda das autoridades nacionais, em junho, pelo jeito, vai estar cheia.
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