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segunda-feira, 28 de maio de 2012

A semana vai comecar

A semana vai ser agitada e prenuncia
um mês muito difícil
O PIB do primeiro trimestre, a ser anunciado nessa semana, deve confirmar as expectativas de crescimento muito baixo.
A indústria pode vir com crescimento negativo, outra vez. Para "salvar a lavoura" todos contam com um crescimento mais forte do setor de serviços.
Serão anunciados dados referentes ao consumo das famílias. Possivelmente esses dados darão conta de que o crescimento do consumo perdeu velocidade. Teremos também o anúncio sobre o nível de investimento na economia nacional. É de se esperar que nesse particular estejamos frequentando o território dos números negativos. A taxa de formação bruta de capital fixo deve ser desastrosa, outra vez. O governo mantém um investimento muito acanhado e a iniciativa privada ainda luta para ocupar sua capacidade ociosa. Os estrangeiros bateram em retirada com seus dólares e suspenderam ou adiaram seus investimentos.
O Copom, se tiver juízo, não deve ir além dos 8,50% para a Selic. Depois, precisará de mais um tempo para ver o que acontece. Aí sim, se o quadro permitir, aprofundará o corte da taxa.
A apreciação do dólar pode se constituir em freio à redução das taxas, sobretudo pelas pressões que gera sobre os preços internos.
Do ponto de vista cambial, o mês de junho trará grandes preocupações para as autoridades econômicas nacionais:
  1. Acompanhar a evolução dos preços internacionais das commodities.
  2. Monitorar a aversão ao risco-Brasil. Os capitais que representam investimentos externos diretos precisam ser chamados de volta.
  3. Reverter o resultado da conta corrente brasileira, com apoio nesses investimentos.
  4. Descaracterizar a imagem protecionista construída para o país, nesse ano.
  5. Acompanhar a variação do dólar em relação a outras moedas fortes.
  6. Balancear a taxação sobre fluxo de capitais externos, readquirindo a confiança do investidor internacional, sobretudo dos investimentos externos diretos.
  7. Dosar suas ações sobre a indústria automobilística e sobre o sistema bancário, evitando caracterizar um governo excessivamente intervencionista ou esquerdizante. O mercado internacional já está suficientemente assustado com as últimas nacionalizações na América Latina.
  8. Permitir depreciação do real, sinalizando para indústria que a taxa do dólar pode ser uma barreira aceita e legítima às importações excessivas. Por outro lado, estimularia as exportações pela recuperação parcial da competitividade do produto brasileiro.
  9. Retomar com maior vigor as negociações com governo argentino para recuperação das exportações nacionais àquele mercado.
A agenda das autoridades nacionais, em junho, pelo jeito, vai estar cheia.


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