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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Depois de tudo, as coisas continuam fora do lugar

Por quantas andam as expectativas
dos agentes econômicos
O Ibovespa desceu para 53.797 pontos, com movimento financeiro abaixo da média do mês de maio. Analistas atribuem tudo à deterioração do quadro europeu que ampliando a aversão a risco promovem a fuga de capitais. Por isso, o dólar apresentou-se em alta de 1,51%, fechando em R$2,0170.
Não se fala de causas internas. Curioso e intrigante.
O Índice de Preços ao Produtor, apurado pelo IBGE, aponta uma alta de 1,38% no mês de abril, em relação a março. O índice já havia mostrado uma alta 1,04%, em março. O IGP-M da FGV mostrou alta de 1,02% em maio, após ter subido 0,85% em abril. Esse desempenho dos preços no Brasil está sendo visto por todos os analistas mundiais.
Vai que a política de afrouxamento monetário, para produzir crescimento econômico, esteja sendo obsevada pelo investidor. Política que não tem produzido os resultados esperados, conquanto esteja associada a essas altas de preços, em meio à expressiva contração econômica atual.
O fluxo cambial da semana passada foi um desastre que não pode ser explicado apenas pela Europa. O saldo líquido ficou negativo em US$ 1,253 bilhão. Melhor seria pensar em um país que não apresenta horizontes previsíveis para ninguém. Não há um plano para o país. Não se consegue imaginar as direções que nossa economia seguirá.
O populismo ameaçador, em confronto com os agentes econômicos, aponta para o voluntarismo político. As eleições parecem ser a única meta do governo federal. Punir é a palavra de ordem no campo, na esfera econômica e na esfera política. É como se uma Comissão da Verdade fosse criada para evitar anistias às montadoras, bancos e agricultores. O Governo Federal declarou guerra a quem recolhe impostos. O Resultado Primário apresentado ontem, para o mês de abril, aponta um superávit primário de R$ 11,212 bilhões, 47% maior que o registrado em março. Esse resultado foi tido como medíocre. Esperava-se por números bem maiores.
Resta cogitar se a Europa não tem sido usada para explicar problemas originados pelo descontrole das políticas econômicas e pelo casuísmo eleitoral que a tem dirigido. Sem horizontes previsíveis o dólar prefere refugiar-se em outras regiões do mundo.

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