Melhor seria agir mais com maior prudência
Em palestra ontem à noite, a executivos em programa de formação continuada, observei aquilo que já vinha
postando nesse blog sobre a política econômica atual.
Causou estranheza imaginar que a reversão de expectativas
tenha sido tão rápida, por parte do capital estrangeiro. É preciso observar,
entretanto, que alguns fundamentos econômicos foram abalados, nesses últimos
dias. A política monetária afasta-se cada vez mais de seu objetivo central de
preservar a estabilidade da moeda e
compromete-se de forma excessiva com o crescimento. Simpático, sem dúvida, mas
populista e inflacionário.
Observem o que aconteceu com três dos principais índices que
medem os comportamentos dos preços, no Brasil. A inflação, medida pelo IPC, da Fipe subiu
para 0,55%, na primeira prévia de maio. Medida pelo IPCA, do IBGE, fechou abril
em 0,64%, contra uma variação de 0,21%, em março. O Índice Nacional da
Construção Civil, também do IBGE, subiu 0,64% no mês de abril, contra 0,31% do
mês anterior.
Do ponto de vista fiscal, os cofres públicos estão abertos
para contornar os principais incidentes políticos ocorridos recentemente e as
pressões sobre ele se intensificam com a proximidade das eleições.
Por outro lado, o diferencial de taxas de juros existente
entre o Brasil e os países desenvolvidos caiu muito e depressa. Para a atual
aversão a riscos, impulsionada pela França e Grécia, a arbitragem dos juros
brasileiros perdeu o sentido. A ação vigorosa do governo produziu um estremecimento
entre governo e sistema financeiro. Os excessos de IOF cobrado sobre as
operações nacionais e internacionais precisam ser revistos.
Conclusão: definitivamente, capital externo não gosta de inflação. Em abril o país recebeu US$ 6,588 bilhões. Na
primeira semana de maio, US$ 1,787 bilhão saiu, embora na balança comercial
tenha havido entrada de US$ 652 milhões no mês.
A conta financeira, contudo,
registrou saída líquida de US$ 2,439 bilhões.
Para complicar, com o crescimento da aversão ao risco, o dólar permaneceu em
forte alta. A moeda nessa quarta-feira ficou cotada em R$1,9620, equivalente a uma
valorização do dólar 1,29%, a maior valor desde julho de 2009.
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