A nova realidade política da Europa traz novos riscos econômicos
Com governo socialista e promessas de redução
da austeridade econômica, a França eleva a insegurança sobre as direções que a
crise européia deve tomar. A Grécia promove um desarranjo quase completo das
perspectivas sobre sua presença na Zona do Euro, agora a ser decidida por uma
eventual coalizão dominada por extremistas da direita e da esquerda.
É quase impensável que os acordos
e avenças anteriores possam ser mantidos. Muito possivelmente a disposição do
FMI em amparar a região comece a fazer água e, no caso grego, isso significaria
a derrocada definitiva do país.
Na França a extrema direita foi
decisiva na derrota do presidente Sarkozy e claramente parece crescer nos
próximos períodos.
Tempos de crise parecem ser
campos férteis para o cultivo de propostas radicais. Nesses casos, o mundo dos negócios
entra em rápida deterioração. Inicialmente, as bolsas de valores enviam as
primeiras mensagens. O fluxo de capital estrangeiro deve emitir o segundo sinal.
Em seguida, a transferências de algumas operações industriais e comerciais para
regiões que apresentem um ambiente institucional menos agressivo podem reduzir
ainda mais os níveis de emprego. Renda e consumo, em quedas, podem fechar o ciclo
do empobrecimento geral.
Politicamente, esses governos recém
eleitos podem, pelo radicalismo extremado de suas propostas, produzirem
desequilíbrios inconvenientes entre os atores siociais e, com relativa facilidade, levar ao esgarçamento desse
tecido.
Os próximos dias serão
decisivos e, mais do que inspirar vingança ao eleitorado, os novos líderes
europeus deverão serenar os ânimos e reduzir as expectativas em relação a
mudanças prometidas.
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