Dinheiro vai, dinheiro vem
Ontem a Fitch rebaixou a nota
japonesa, alegando para isso a dimensão excessiva da dívida pública do país. O
Japão vem de um dos maiores acidentes naturais dos últimos tempos e que o
obrigou a despesas consideradas socialmente inadiáveis. Já eram esperadas e
conhecidas essas pressões sobre as contas japonesas.
Para os que pudessem se
assustar com o rebaixamento da nota convém lembrar que as reservas do país
alcançam a cifra, nada modesta, de ¥11,8 trilhões.
As coisas parecem não
ir muito bem por toda a Ásia. A China deixa entrever que a redução de seu
crescimento ocorrerá de forma mais abrupta do que se tem imaginado até o momento. Isso, para o
Brasil, produziria um efeito extremamente perverso sobre nossa conta corrente.
As commodities poderiam experimentar, depois de muitos anos de bonança, um
período que quedas mais acentuadas de preços. Investidores começam a olhar para o
ouro com maior carinho, sinalizando que, em circunstância como essas, ele
deixará as bolsas em países desenvolvidos, buscando refúgio no metal ou podendo voltar ao mercado financeiro
de países emergentes. Será importante nesse instante exibir sólidos fundamentos
econômicos para garantir os influxos de capitais.
Caso essa tendência se acentue,
o Banco Central terá dificuldade em segurar a atual cotação da moeda nacional
em relação ao dólar.
Na Europa, ainda repercute a idéia
do Deutsche Bank, de que a Grécia poderá continuar na Zona do Euro para evitar
seu default, lançando, entretanto, uma moeda paralela, com circulação apenas
local.
O clima é de volatilidade
extrema, enquanto no Brasil o governo procura reatar relações mais civilizadas
com os agentes econômicos. Reduções de IPI em veículos, redução de compulsórios
para os bancos, financiamentos com prazos maiores e com juros menores, dessa
vez com o apoio do sistema financeiro. Tudo para desarmar os planos de demissões que já estavam planejados para o final desse mês.
Vamos que vamos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário