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sexta-feira, 22 de junho de 2012

A semana no Brasil (1)

Inflação baixa e moderação
no mercado de trabalho
A mistura desses ingredientes tem um sabor ainda muito palatável.
O IPCA-15, do IBGE, mostra um comportamento exemplar dos preços. Alta de apenas 0,18% em junho, contra 0,51% em maio. A retração internacional, com seu vigor, segura os preços no Brasil apesar da desvalorização do real.
Esse resultado mostra que o IPCA-15 acumula 2,58% no ano e, desenha sua tendência para o centro da meta, ficando em 5,0%, nos últimos 12 meses. É bem verdade que as reduções de IPI devem ter ajudado bastante. Seja como for, o fato é que a inflação continua em queda.
Do lado do emprego a situação é muito boa, mas já aponta para certa exaustão do mercado de trabalho. A taxa de desemprego pesquisada pelo IBGE registrou desempenho igualmente exemplar, tendo alcançado no mês de maio 5,8%, um pouco abaixo dos 6,0% de abril. O resultado é de dar inveja a qualquer país do mundo.
Entretanto, a divulgação da pesquisa do IBGE trouxe um mau presságio: o rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação negativa de 0,1% em maio, em relação ao mês de abril, embora, se considerado os últimos 12 meses, ou aumento é de 4,9%.
Não há razões para crer que o mercado possa transformar-se rapidamente, mas pode-se esperar por um mercado menos apertado, com a criação líquida de vagas perdendo velocidade. A dinâmica recente da economia nacional contribui decisivamente para a moderação desse mercado. De um lado, a contribuição do setor industrial para o emprego tem sido medíocre, graças ao processo de sucateamento a que o setor ficou exposto nesses últimos anos. As contratações de mão de obra aí têm como objetivo apenas ocupar a capacidade ociosa das unidades produtivas. Na agricultura, a criação de vagas relaciona-se à utilização sazonal de mão de obra, no período de colheita da safra. A construção civil e os serviços darão guarida à redução do número de desempregados e garantirão que o mercado continue pressionado, embora com certo arrefecimento.
Inflação baixa e pleno emprego somam-se na construção de um cenário social muito positivo, ainda que de baixo crescimento.

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