"É urgente esperar". Para não
ter que retroceder.
Não é a primeira vez que o Paraguai enfrenta situações como essa. A Tríplice
Aliança é um exemplo, que de tão velho, já foi até esquecido.
Na
versão mais moderna, a América do Sul desenha um embargo comercial capaz de por
o país de joelhos, outra vez. O petróleo venezuelano iniciou o embargo e o Mercosul já decidiu suspender a participação do Paraguai
em seus fóruns. O
presidente deposto quer representar o país em suas reuniões de Cúpula. Seria
interessante constatar o início de uma nova prática diplomática: o
reconhecimento de pessoas, não de países.
Venezuela,
Argentina e Equador retiraram seus embaixadores do Paraguai. O julgamento sobre
a quebra da ordem institucional conseguiu ser mais rápido que o julgamento para
o impeachment do ex-presidente. Questões constitucionais, de costume, demandam
também um tempo superior para serem julgadas. O novo governo, apoiado
em seu judiciário, está sentenciado com a mesma celeridade que imprimiu ao
julgamento do presidente deposto. Uruguai, Colômbia e Chile mostraram solidariedade
à decisão do Mercosul e chamaram seus embaixadores para consultas, deixando, com isso, o país politicamente sitiado.
Pobre
economia. Dependependente dos portos de seus vizinhos Argentina, Brasil
e Chile para seu abastecimento e para suas exportações.
O
Paraguai deve deparar-se, finalmente, com outras sanções dos organismos regionais dos quais participa,
como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Nada
a comemorar. Precipitações à parte, convém lembrar que existe uma binacional
produtora de energia bem na fronteira brasileira com o país sitiado. O Brasil
não tem substituto energético, caso o fornecimento paraguaio seja interrompido.
Pior é que, ao não reconhecer o novo governo, o Brasil ficaria sem contraparte
nesse empreendimento. Renunciaria também a contratos na área da infraestrutura
paraguaia.
No
túmulo, o velho Barão de Rio Branco vira de um lado para outro. Pergunta-se o
que fizeram com a instituição que ele apadrinha. Nos sonhos imperialistas, seu maior ensinamento foi
esquecido: “Há vitórias que não se comemoram”.
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