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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ausência de rumos

O equilibrista só tem um objetivo:
não cair do arame.
Definitivamente não existe longo prazo na política econômica nacional. Ontem, em meio ao conturbado mercado internacional, o governo decidiu reduzir o prazo para a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras, em empréstimos externos, de cinco para dois anos. A alíquota não sofreu alterações e está mantida em 6%.
A medida quer dar alivio às quedas da moeda nacional ante o dólar e é bem vinda. Mas, recapitulando, o governo, desde abril de 2011, vinha aumentando esse prazo de taxação para evitar o excesso de oferta de dólares no mercado cambial. Exageros à parte, o real parecia estar virando moeda refúgio, sobretudo porque os juros internos estavam nas nuvens e a arbitragem de moeda havia virado moda. Em março, o prazo de incidência do IOF foi alterado para transações de empréstimos até cinco anos.
A economia internacional, de lá para cá, conseguiu o impossível. Deteriorou-se muito e rapidamente. Todos esperavam pela sua recuperação. A crise europeia foi de tal proporção que os dólares emigraram dos países emergentes, sobretudo do Brasil, cujo crescimento tornou-se anêmico.
Agora, o temor é bem outro e envolve a depreciação mais aguda do real, decorrente do aumento da volatilidade atual nos mercados mundiais.
Como se vê a política cambial brasileira não tem horizontes maiores que um ano. Ela se ajeita de acordo com o sufoco do momento. E de sufoco em sufoco, vamos equilibrando o país no arame, sem direção ou objetivos de longo prazo. Basta não cair.

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