O equilibrista só tem um objetivo:
não cair do arame.
Definitivamente
não existe longo prazo na política econômica nacional. Ontem, em meio ao
conturbado mercado internacional, o governo decidiu reduzir o prazo para a
cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras, em empréstimos externos, de
cinco para dois anos. A alíquota não sofreu alterações e está mantida em 6%.
A
medida quer dar alivio às quedas da moeda nacional ante o dólar e é bem vinda.
Mas, recapitulando, o governo, desde abril de 2011, vinha aumentando esse prazo
de taxação para evitar o excesso de oferta de dólares no mercado cambial.
Exageros à parte, o real parecia estar virando moeda refúgio, sobretudo porque
os juros internos estavam nas nuvens e a arbitragem de moeda havia virado moda.
Em março, o prazo de incidência do IOF foi alterado para transações de empréstimos
até cinco anos.
A
economia internacional, de lá para cá, conseguiu o impossível. Deteriorou-se
muito e rapidamente. Todos esperavam pela sua recuperação. A crise
europeia foi de tal proporção que os dólares emigraram dos países emergentes,
sobretudo do Brasil, cujo crescimento tornou-se anêmico.
Agora,
o temor é bem outro e envolve a depreciação mais aguda do real, decorrente do
aumento da volatilidade atual nos mercados mundiais.
Como
se vê a política cambial brasileira não tem horizontes maiores que um ano. Ela
se ajeita de acordo com o sufoco do momento. E de sufoco em sufoco, vamos
equilibrando o país no arame, sem direção ou objetivos de longo prazo. Basta não cair.
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