Pressões,
flexibilizações e renúncias
a objetivos iniciais
Tal
como o problema europeu se apresenta, fico lembrando o conceito de Governança
Progressiva lançado pelo então presidente brasileiro FHC, pedindo espaço,
dentro da política econômica sugerida pelo FMI, para o atendimento das demandas
sociais. A governabilidade havia de ser preservada, mesmo em momentos de
austeridade econômica, afirmava o presidente. O consenso começa a se formar em
torno dessa ideia.
O
G-20 adotou o tema e incentiva as ações em direção ao crescimento econômico,
relaxando, de certa maneira, as medidas fortes bancadas no âmbito da Zona do
Euro.
O
Banco Central Europeu flexibiliza regras para acesso às linhas de crédito. Já
não será necessária obediência aos ratings de risco, pelo menos de maneira tão
fiel.
Mas
não falta, nesse contexto, a propostas de soluções disparatadas. O Fundo Monetário
Internacional recomenda à União Europeia que assuma a união monetária completa,
entendido por isso, a união fiscal e bancária. Se o conselho for seguido, o
sonho de uma Europa única estará alcançado. Em seguida, distribuiu outros novos conselhos
ao The European Financial Stability Facility (EFSF) e ao The European Stability
Mechanism (EFSF), convocando ambas as instituições a oferecer aportes aos
bancos europeus. Esqueceu-se que sua orientação corresponde a um aumento da
dívida pública.
No
entendimento de reputada auditoria independente, a necessidade de capital para
os bancos espanhóis vai de € 51 bilhões até € 62 bilhões. Desse modo, os € 100
bilhões oferecidos parece ser excessivo e soa como uma generosidade suspeita.
Mas o FMI ignora esses detalhes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário