Sobra
pacote. Falta planejamento.
Já
não tem mais cara de pacote. Seu jeito é de embrulho. Certamente para o Natal. Mas,
não para o desse ano.A redução na Selic de 6% para 5,5% não mexerá nos investimentos no curto prazo. O que atrapalha o investimento não é esse 0,5%. Melhor pensar em reformas. Elas produziriam um ambiente institucional menos agressivo e mais atraente aos capitais.
A ampliação das compras nacionais dependerá de tantas providências burocráticas, que chegarão apenas mais tarde. E a margem de preferência de 25%, em 126 produtos fabricados no Brasil, caracteriza um escancarado ato de protecionismo. De mesma natureza daqueles que o país tanto condena na política argentina.
Faltam diagnósticos mais precisos e um plano de longo prazo, envolvendo prioritariamente as propaladas reformas no âmbito fiscal e administrativo. As reformas são tantas e tão rejeitadas pelos colegiados que deveriam aprová-las, que a alternativa a elas é um projeto de avanços na área do executivo e do judiciário. Um bom trabalho na esfera do judiciário poderia trazer avanços nas práticas trabalhistas e tributárias. Um esforço do executivo também poderia trazer grandes avanços administrativos, com a supressão de órgãos, associadas à implantação de novas práticas junto ao funcionalismo. Planos setoriais para a indústria e políticas exportadoras trariam maior vigor à atividade econômica. Nada que revertesse situações emergenciais, mas que desenhasse um ambiente institucionalmente compatível com as decisões de investimentos. Necessário afastar o hábito de produzir bravatas e abrandar estratégias baseadas em ameaças.
O momento é de consolidação institucional e a crise internacional é a melhor oportunidade até agora existente para produzir esses avanços.
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