Sistema financeiro brasileiro dá exemplo de minimização de risco
O sistema bancário brasileiro, por meio da FEBRABAN, criará a Central de Exposição de Derivativos, uma empresa privada, sem fins lucrativos. O objetivo dessa nova organização, controlada pela Federação dos Bancos, é o de consolidar, por empresa, as posições em derivativos, de forma que, os bancos possam conhecer e avaliar, todas as manhãs, com maior precisão, os riscos embutidos nessas operações. Para viabilizar o projeto, a BM&FBovespa e a Cetip (sociedade administradora de mercados de balcão organizados) oferecerão as posições das empresas registradas nessas duas instituições à Central de Exposição de Derivativos. O modelo societário prevê a existência de um conselho de administração, onde ambas as instituições terão assentos. A FEBRABAN terá o controle da nova empresa.A beleza da operação reside no fato de que nada se fará por imposição. Ao contrário, as empresas registradas nas duas instituições deverão autorizar a divulgação de seus dados ao sistema bancário. Por outro lado, como os derivativos envolvem estruturações complexas, chamadas na gíria do mercado de "exóticas", os bancos que as criam não querem dá-las a conhecer a seus concorrentes, vedando sua reprodução por outros bancos, sob a alegação de proteção a direitos intelectuais.
Iniciativas como essa reduzem o risco sistêmico, fortalecem a confiança nos bancos, beneficiam as avaliações de riscos das empresas conservadoras. Episódios acontecidos em passado recente, e que nos remetem ao uso do dinheiro público para evitar catástrofes financeiras, terão seus espaços reduzidos a quase zero. Certamente, a eficácia dessas medidas pode contribuir para a erradicação, na literatura financeira, de frases do tipo "grande demais para quebrar".
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