Yuan em alta sinaliza que Pequim romperá
com o atrelamento ao dólar
Trata-se de uma valorização da moeda chinesa que fechou a semana passada a 6,62 contra 6,65 no dia anterior, após uma sucessão de altas nessas últimas semanas. O pensamento é o de retornar à política de revalorização cambial dentro do quadro de retirada progressiva das medidas excepcionais de apoio ao ritmo da economia durante a crise.com o atrelamento ao dólar
Verdade seja dita, a China sucumbiu às pressões americanas e européias para abandonar a fixação da taxa de câmbio em 6,83, definida em 2008, com os objetivos de garantir às empresas chinesas um nível elevado de competitividade e de favorecer suas exportações.
Há também pressões internas determinadas pela inflação local que precisa ser combatida. O próprio crescimento econômico pede um ajuste para níveis próximos ao potencial chinês. Por outro lado, o Yuan precisa, imitando o real, tornar-se uma moeda estável nos mercados financeiro internacionais. Não cabem, portanto, artificialismos cambiais.
Já há quem antecipe uma nova alta em curto espaço de tempo. A mim fica a impressão que esse não é o estilo chinês de governar. Ao contrário, nesse país essas mudanças costumam se dar de maneira sempre progressiva e controlada, envolvendo horizontes de tempos mais amplos. Estamos falando de uma economia ampla e com problemas sociais agudos. É preciso dar tempo para a sociedade produtiva e para o consumo nacional adaptarem-se. De 2005 a 2008, o Yuan se valorizou 20%. Isso sim é mais chinês.
Para o Brasil, a valorização da moeda da China constitui-se, por si só, em elemento favorável à redução das importações excessivas e à recuperação de mercados perdidos na América latina e outras regiões do mundo. Mais um bom vento a favor para o nosso crescimento.
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