Contratos de juros futuros
batem recorde após Copom
São Paulo - DCI - 19/03/2010 - Fernando Teixeira
Com 6.093.795 contratos negociados e uma movimentação financeira de R$ 587 bilhões, os contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) bateram novo recorde no fim do pregão de ontem da BM&F Bovespa. Aproximadamente metade dos contratos -3.155 465- cujo volume financeiro foi de R$ 314, 512 bilhões, vence em abril, quando acontece reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para especialistas, nesta reunião a taxa básica de juros deve subir entre 0,5 e 0,75 ponto percentual.O recorde de ontem foi o segundo seguido registrado na BM&F. No fim do pregão de quarta-feira, a Bolsa registrou recorde histórico de total de contratos negociados no segmento DI: ao todo, 4.544.750 contratos foram negociados.
A próxima reunião do Copom acontece nos dias 27 e 28 de abril. Na ata do Comitê, o Banco Central (BC) terá mais uma oportunidade para eventualmente "preparar" o mercado para suas futuras intenções.
Para o gestor de recursos de renda fixa dos fundos da Gradual Investimentos, Renato Pascon, o que influenciou os recordes de negociação de contratos foi que houve uma divisão de opiniões sobre a decisão do Copom.
"Uma metade do mercado esperava alta de 0,5 ponto percentual, a outra, a manutenção da taxa Selic. Só essa expectativa já justifica o recorde. Quarta-feira foi o último dia para se negociar os títulos antes da decisão do Copom", argumentou.
Ele explicou que os volumes de negociados devem se manter altos até hoje. "Quem lucrou e quem perdeu com a manutenção da Selic começa a zerar posições, o que causará grandes volumes de negociação. Depois de hoje os volumes retornam a patamares mais normais."
José Nicolau Pompeo, professor de Matemática Financeira da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, reforça que a partir de abril a taxa Selic começará a subir e a procura pelo DI aumentará. "Muito provavelmente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, seja candidato. Agora é o momento que a Selic sobe. A alta é inevitável." Espera-se que a taxa chegue a 9,25% na reunião de abril.
Fundos DI
Espera-se que os fundos DI também registrem uma maior procura dos investidores. O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, diz que a tendência é que o volume de negociação dos títulos cresça no decorrer do ano. "O DI é um papel que traz retorno, sem grandes riscos", afirma o especialista.
Leite diz que os fundos DI devem atrair novos capitais. "Novos investidores tendem a fugir de investimentos de risco maior, como ações. Agora o dinheiro que circula no mercado tende a migrar pouco", ressaltou.
Na visão do presidente do instituto de pesquisa de mercado Fractal, Celso Grisi, a Selic deve subir até a casa de 11% ao ano até dezembro, o que deve atrair mais investidores para o depósito interfinanceiro. "O risco para o investidor é praticamente nulo. Como a Bovespa vive uma grande liquidez, os papéis lastreados por taxa de juro tornam-se atrativos", afirma o economista.
Grisi reforça que o rendimento dos fundos DI não é tão alto como o de outras aplicações. "Deve chegar aos 10% de rendimento, frente a uma inflação estimada em 5%. Com renda variável ganha-se mais, mas o risco de perder é muito maior."
Para o especialista, o fundo DI é uma boa forma de fazer uma poupança pessoal. "Os grandes aplicadores diversificam as aplicações e combinam o DI com debêntures e papéis para obter mais lucratividade. A tendência é uma acomodação do DI, à medida que a Bovespa reaja positivamente."
A próxima reunião do Copom acontece nos dias 27 e 28 de abril. Na ata do Comitê, o Banco Central (BC) terá mais uma oportunidade para eventualmente "preparar" o mercado para suas futuras intenções.
Para o gestor de recursos de renda fixa dos fundos da Gradual Investimentos, Renato Pascon, o que influenciou os recordes de negociação de contratos foi que houve uma divisão de opiniões sobre a decisão do Copom.
"Uma metade do mercado esperava alta de 0,5 ponto percentual, a outra, a manutenção da taxa Selic. Só essa expectativa já justifica o recorde. Quarta-feira foi o último dia para se negociar os títulos antes da decisão do Copom", argumentou.
Ele explicou que os volumes de negociados devem se manter altos até hoje. "Quem lucrou e quem perdeu com a manutenção da Selic começa a zerar posições, o que causará grandes volumes de negociação. Depois de hoje os volumes retornam a patamares mais normais."
José Nicolau Pompeo, professor de Matemática Financeira da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, reforça que a partir de abril a taxa Selic começará a subir e a procura pelo DI aumentará. "Muito provavelmente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, seja candidato. Agora é o momento que a Selic sobe. A alta é inevitável." Espera-se que a taxa chegue a 9,25% na reunião de abril.
Fundos DI
Espera-se que os fundos DI também registrem uma maior procura dos investidores. O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, diz que a tendência é que o volume de negociação dos títulos cresça no decorrer do ano. "O DI é um papel que traz retorno, sem grandes riscos", afirma o especialista.
Leite diz que os fundos DI devem atrair novos capitais. "Novos investidores tendem a fugir de investimentos de risco maior, como ações. Agora o dinheiro que circula no mercado tende a migrar pouco", ressaltou.
Na visão do presidente do instituto de pesquisa de mercado Fractal, Celso Grisi, a Selic deve subir até a casa de 11% ao ano até dezembro, o que deve atrair mais investidores para o depósito interfinanceiro. "O risco para o investidor é praticamente nulo. Como a Bovespa vive uma grande liquidez, os papéis lastreados por taxa de juro tornam-se atrativos", afirma o economista.
Grisi reforça que o rendimento dos fundos DI não é tão alto como o de outras aplicações. "Deve chegar aos 10% de rendimento, frente a uma inflação estimada em 5%. Com renda variável ganha-se mais, mas o risco de perder é muito maior."
Para o especialista, o fundo DI é uma boa forma de fazer uma poupança pessoal. "Os grandes aplicadores diversificam as aplicações e combinam o DI com debêntures e papéis para obter mais lucratividade. A tendência é uma acomodação do DI, à medida que a Bovespa reaja positivamente."
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