Janeiro e Fevereiro apontam limites para o crescimento do crédito
Na vida do brasileiro comum as dívidas têm crescido mais que sua renda. É hora de rever o ritmo do consumo ou dos investimentos pessoais. Ainda que a época do ano sugira uma maior demanda por empréstimos, em função dos tributos de início de ano, dos saldos negativos com os gastos criados com férias e festas de final de ano e das despesas com escolas e materiais escolares. O consumidor começa a mostrar seu aprendizado em relação à administração de sua renda futura. Lições que história econômica recente deixou.No crédito à pessoa jurídica, a retração era esperada em função da redução do ritmo da economia no início de ano. Também os agentes financeiros estão mais cautelosos na concessão de empréstimos. Conhecem bem esse risco. Retraem-se, enquanto os bancos públicos crescem a participação nesse mercado. Faz pensar que os bancos públicos podem estar emprestando a quem não aprendeu ainda administrar a renda e que, possivelmente, estejam endividados para acima dos limites das boas práticas das finanças pessoais. Isso pode acabar em aumento de seus níveis de inadimplência ou insolvência, no prazo médio. Seria necessário então aumentar as provisões. Não é isso que se vê nos agentes públicos.
Os dados do Banco Central mostram que os juros cobrados ao consumidor, estão sujeitos a uma dispersão absolutamente inaceitável. Cobra- se pelo dinheiro taxas que variam de menos de 1,0% ao mês até taxas de mais de 12% ao mês, para a mesma modalidade de empréstimos. A lógica para fixação de taxas, com intervalos de amplitudes tão grandes, não encontra racionalidade nem explicações econômicas plausíveis. De qualquer forma, elas revelam, pelos exageros que contém, que o sistema financeiro também está cauteloso. A cautela, portanto, atingiu a oferta e a demanda, simultaneamente.
O crédito começa a se deparar com os limites de seu próprio crescimento. Coisas das “mãos invisíveis”. Fica, então, a impressão que o Banco Central identificou a hora exata para fazer o aumento dos depósitos compulsórios. A liquidez mais enxuta não encontrou grandes protestos do sistema financeiro. Os bancos não sobraram com tanto dinheiro em mãos. Dinheiro nas mãos dos bancos, sem poder aplicá-lo, é um “tijolo quente”. Tem custos e não podem ser repassados, pois o mercado por juízo se retraiu. O Banco Central, ajuizado como é, recolheu todos os tijolos para si. Equilíbrio geral no mercado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário